É
um dos melhores cavalos do Mundo. Esteve perto da extinção, mas conseguiu
sobreviver à República e à Revolução. O cavalo lusitano é hoje exemplo de como
preservar um património único e expoente máximo das nossas
tradições.
Quando se fala no cavalo puro-sangue lusitano, não há português que não enalteça a raça ou a refira como motivo de orgulho. Mas poucos sabem da sua história, das suas origens, características e viscissitudes ao longo dos séculos.
A história do cavalo lusitano - « nobre, generoso e ardente, mas sempre dócil e sofredor», como o define o seu livro genealógico – começa há vários milhares de anos, no período da última glaciação. Tudo indica que a zona baixa das planícies do Sudoeste da Península Ibérica tenha sido poupada a esta glaciação. Esse facto terá sido determinante para a sobrevivência de um grupo de equinos que foi domesticado muito cedo, o que levou ao surgimento da equitação na Península. Este cavalo Ibérico terá então viajado para Oriente, até ao Norte de África e Ásia Menor e daí até à China. O cavalo lusitano é descendente directo deste primeiro cavalo Ibérico.
Primeiro, foi usado na cavalaria militar; depois, nos jogos de corte, e por fim nas touradas. Terão sido estes os factores determinantes no apuramento da linhagem, exigindo um cavalo dócil mas corajoso, capaz de manobras repentinas. Por isso mesmo, foi a tourada, outra das grandes tradições lusitanas, a contribuir para a visibilidade e manutenção da raça, que se mostra particularmente apta para esse fim. Hoje, também as escolas de arte equestre, os concursos de dressage e de trabalho contribuem para manter a aura de espectacularidade deste cavalo em todo o mundo. Por exemplo, o principal cavalo da equipa olímpica espanhola, o Guiso, é um puro sangue lusitano.
Quando se fala no cavalo puro-sangue lusitano, não há português que não enalteça a raça ou a refira como motivo de orgulho. Mas poucos sabem da sua história, das suas origens, características e viscissitudes ao longo dos séculos.
A história do cavalo lusitano - « nobre, generoso e ardente, mas sempre dócil e sofredor», como o define o seu livro genealógico – começa há vários milhares de anos, no período da última glaciação. Tudo indica que a zona baixa das planícies do Sudoeste da Península Ibérica tenha sido poupada a esta glaciação. Esse facto terá sido determinante para a sobrevivência de um grupo de equinos que foi domesticado muito cedo, o que levou ao surgimento da equitação na Península. Este cavalo Ibérico terá então viajado para Oriente, até ao Norte de África e Ásia Menor e daí até à China. O cavalo lusitano é descendente directo deste primeiro cavalo Ibérico.
Primeiro, foi usado na cavalaria militar; depois, nos jogos de corte, e por fim nas touradas. Terão sido estes os factores determinantes no apuramento da linhagem, exigindo um cavalo dócil mas corajoso, capaz de manobras repentinas. Por isso mesmo, foi a tourada, outra das grandes tradições lusitanas, a contribuir para a visibilidade e manutenção da raça, que se mostra particularmente apta para esse fim. Hoje, também as escolas de arte equestre, os concursos de dressage e de trabalho contribuem para manter a aura de espectacularidade deste cavalo em todo o mundo. Por exemplo, o principal cavalo da equipa olímpica espanhola, o Guiso, é um puro sangue lusitano.
Foi o rei D. João V, casado com a arquiduquesa austríaca
D. Maria Ana, quem mandou construir a Coudelaria Real de Alter em 1748. Não são
estranhos à decisão o facto de os cofres estarem recheados com o ouro do Brasil
ou a influência da rainha, a quem se deve a fundação de uma academia de arte
equestre, a Escola de Viena, cuja fama perdura até aos dias de
hoje.
Rapidamente a coudelaria se impôs pela qualidade, beleza e garbo dos seus cavalos. A primeira manada, bem como as éguas reprodutoras compradas nos anos seguintes, veio de Espanha. Por aqui se explica A semelhança entre o lusitano e a pura raça Espanhola.
Rapidamente a coudelaria se impôs pela qualidade, beleza e garbo dos seus cavalos. A primeira manada, bem como as éguas reprodutoras compradas nos anos seguintes, veio de Espanha. Por aqui se explica A semelhança entre o lusitano e a pura raça Espanhola.
A
história da Coudelaria de Alter foi atribulada. Instalada na Coutada do Arneiro,
propriedade da Casa de Bragança, conheceu o seu apogeu durante os reinados de D.
José I e D. Maria I, quando os cavalos de Alter-Real brilhavam nos picadeiros da
alta escola, e sofreu as primeiras desventuras com a invasão do Norte Alentejano
pelas tropas espanholas que ocuparam Olivença e que pilharam tudo o que puderam.
Mal refeitos do roubo, foi a vez de as tropas Francesas, durante as invasões,
roubarem todos os garanhões e éguas existentes, mais de 600 cabeças. Mas,
curiosamente, foram os aliados Ingleses quem maior dano causou à Coudelaria
Real: invadiram e pilharam a coutada e permitiram a cobrição da eguada por
garanhões de outras raças. As manadas reais só viriam a ser refeitas com as
Cortes Constituintes, em 1821. Mas o Alter-Real continuou
ameaçado.
D. Fernando II cruzou-os com pesados cavalos de tiro
importados da Alemanha e França, e D. Maria Pia introduziu no Coudelaria os
elegantes cavalos árabes.
Com a chegada da República, a raça e a Coudelaria sofreram novo revés: «Houve prejuízos grandes na selecção e na orientação. Uma gestão feita por militares procurou fazer um cavalo mais veloz, que quase destruiu aquele património genético com a ideia de fazer cavalos mais velozes. Não foi por maldade simplesmente na altura a moda não era este cavalo, era um cavalo militar, mais veloz», explica Arsénio Cordeiro, um dos mais antigos criadores de cavalos lusitanos e autor do livro Cavalo Lusitano - Filho do Vento, das Edições Inapa. A destruição só foi evitada por Rui de Andrade, um visionário para a época: « Era um homem de cultura europeia, e foi ele que comprou os últimos reprodutores que havia e que estavam em Mafra. Comprou-os ele paraos oferecer ao Estado, para poderem recuperar aquele património», esclarece Arsénio Cordeiro. A cor da pelagem de cavalo Alter-Real foi fixada no castanho.
Com a chegada da República, a raça e a Coudelaria sofreram novo revés: «Houve prejuízos grandes na selecção e na orientação. Uma gestão feita por militares procurou fazer um cavalo mais veloz, que quase destruiu aquele património genético com a ideia de fazer cavalos mais velozes. Não foi por maldade simplesmente na altura a moda não era este cavalo, era um cavalo militar, mais veloz», explica Arsénio Cordeiro, um dos mais antigos criadores de cavalos lusitanos e autor do livro Cavalo Lusitano - Filho do Vento, das Edições Inapa. A destruição só foi evitada por Rui de Andrade, um visionário para a época: « Era um homem de cultura europeia, e foi ele que comprou os últimos reprodutores que havia e que estavam em Mafra. Comprou-os ele paraos oferecer ao Estado, para poderem recuperar aquele património», esclarece Arsénio Cordeiro. A cor da pelagem de cavalo Alter-Real foi fixada no castanho.
Prova da que esse
apuramento está feito, e bem feito, são os 60 cavalos que integram em exclusivo
a Escola Portuguesa de Arte Equeste, instalada no Palácio Nacional de
Queluz.
Com a Revolução do 25 de Abril de 1974, o cavalo e a Coudelaria estiveram novamente ameaçados, mas um grupo de criadores, juntamente com João Costa Ferreira, à época responsável pelo serviço coudélico, tiveram o mérito de conseguir convencer o poder político desses tempos conturbados, nomeadamente o antigo presidente da República Ramalho Eanes.
Com a Revolução do 25 de Abril de 1974, o cavalo e a Coudelaria estiveram novamente ameaçados, mas um grupo de criadores, juntamente com João Costa Ferreira, à época responsável pelo serviço coudélico, tiveram o mérito de conseguir convencer o poder político desses tempos conturbados, nomeadamente o antigo presidente da República Ramalho Eanes.
Cada exemplar desta raça vale, sem ser desbastado, cerca de 12 500 euros. A Coudelaria possui ainda o único laboratório de genética molecular em Portugal, dedicado inteiramente aos equinos. Ou seja, determinar a árvore genealógica dos cavalos segundo os livros de raças. «Fazemos não só o controle genético dos cavalos aqui nascidos, como de qualquer cavalo se qualquer parte do Mundo. Basta que enviem uma amostra de sangue do cavalo e do garanhão e da égua que suspeitem ser os pais. Nós analizamos e damos a resposta, que é 90% segura», garante Sofia Abreu, bióloga responsável pelo laboratório. Se o exame for presencial, «fazemos uma análise da morfologia do animal, as suas medidas e características; a seguir de sangue e, por último, um exame genético do ADN».
O LUSITANO IDEAL
O modelo ideal do cavalo lusitano, segundo a Associação do Puro-Sangue Lusitano é a seguinte:
Tipo: eumétrico (peso, cerca de 500kg); mediolíneo; subconvexilíneo (de formas arredondadas), de silhueta inscrítivel num quadrado.
Altura: média ao garrote, medida com hipómetro aos 6 anos: fêmeas – 1,55m ; machos – 1,60 m.
Pelagem: as mais frequentes são a ruça e a castanha em todos os seus matizes.
Temperamento: nobre, generoso e ardente, mas sempre dócil e sofredor.
Andamentos: ágeis e levados, projectando-se para diante, suaves e de grande comodidade para o cavaleiro.
Aptidão: tendência natural para a concentração, com grande predisposição para exercícios de alta escola e grande coragem e entusiasmo nos exercícios da gineta (combate, caça, toureio, maneio de gado, etc.)
Cabeça: bem proporcionada , de comprimento médio, delgada e seca, de ramo mandibular pouco desenvolvido e faces relativamente compridas, de perfil levemente subconvexo, fronte levemente abaulada (sobressaindo entre as arcadas supraciliares), olhos sobre o elíptico, grandes e vivos, expressivos e confiantes. As orelhas são de comprimento médio, finas, delgadas e expressivas.
Pescoço: De comprimento médio, rodado, de crineira delgada, de ligação estreita à cabeça, largo na base e bem inserido nas espáduas, saindo do garrote sem depressão acentuada.
O modelo ideal do cavalo lusitano, segundo a Associação do Puro-Sangue Lusitano é a seguinte:
Tipo: eumétrico (peso, cerca de 500kg); mediolíneo; subconvexilíneo (de formas arredondadas), de silhueta inscrítivel num quadrado.
Altura: média ao garrote, medida com hipómetro aos 6 anos: fêmeas – 1,55m ; machos – 1,60 m.
Pelagem: as mais frequentes são a ruça e a castanha em todos os seus matizes.
Temperamento: nobre, generoso e ardente, mas sempre dócil e sofredor.
Andamentos: ágeis e levados, projectando-se para diante, suaves e de grande comodidade para o cavaleiro.
Aptidão: tendência natural para a concentração, com grande predisposição para exercícios de alta escola e grande coragem e entusiasmo nos exercícios da gineta (combate, caça, toureio, maneio de gado, etc.)
Cabeça: bem proporcionada , de comprimento médio, delgada e seca, de ramo mandibular pouco desenvolvido e faces relativamente compridas, de perfil levemente subconvexo, fronte levemente abaulada (sobressaindo entre as arcadas supraciliares), olhos sobre o elíptico, grandes e vivos, expressivos e confiantes. As orelhas são de comprimento médio, finas, delgadas e expressivas.
Pescoço: De comprimento médio, rodado, de crineira delgada, de ligação estreita à cabeça, largo na base e bem inserido nas espáduas, saindo do garrote sem depressão acentuada.
O futuro da raça e da Coudelaria está para já assegurado graças ao esforço do Estado, mas também de alguns criadores que, apesar dos custos de produção, teimam em continuar com a paixão, como o Arquitecto Arsénio Cordeiro, que garante que ainda não se reformou porque precisa de continuar a ganhar dinheiro para manter a sua manada de 100 cavalos lusitanos: «Ninguém vive da criação de cavalos. Fazemos isto por paixão.»
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