CAVALO CRIOULO
Em
1493, os cavalos espanhóis pisam pela primeira vez em terra americana, na ilha
Hispaniola, e são os antepassados diretos, de todos os cavalos "crioulos"
americanos. Uma vez aclimatados ao novo ambiente e incrementada sua criação com
as importações realizadas posteriormente, reproduziu-se com rapidez, em poucos
anos, estendeu-se para as outras Antilhas e passou ao Continente. Ao que tudo
indica, Panamá e Colômbia foram as primeiras regiões em importância na produção
de rebanhos. Do Panamá passaram ao Peru, levados por Pizarro, onde começaram a
multiplicar-se a partir de 1532. É também ali que chegam, em 1538, cavalos
provenientes da criação de Santiago de Uruba (Colômbia). Charcas transforma-se,
assim, em um importante centro produtor de eqüinos.
Contemporaneamente, Pedro
de Mendoza (1535) e Alvar Núñez Cabeza de Vaca (1541) introduzem cavalos,
diretamente da Espanha, no Rio da Prata e no Paraguai. Alonso Luis de Lugo se
compromete a levar duzentos cavalos da Espanha para a conquista de Nova Granada
e Hernando de Soto sai de San Lúcar de Barrameda (1538) com cem cavalos para sua
expedição na Flórida. A partir deste momento, começa um verdadeiro intercâmbio
de rebanhos eqüinos entre distintas regiões. Procedem de Charcas as manadas que
Valdivia levou ao Chile, em 1541, as que Diego de Rojas levou para Tucumam, em
1548, e as que Luis de Cabrera levou para Córdoba, em 1573, e logo a seguir para
Santa Fé. Nesta zona, mais ou menos na mesma época, chegam cavalos paraguaios,
trazidos por Garay, descendentes daqueles que, 30 anos antes, Cabeza de Vaca
introduziu diretamente da Espanha e dos que, em 1569, Felipe de Cáceres levou do
Peru. Do Paraguai, procederam também os rebanhos eqüinos que chegaram à Buenos
Aires, em 1580, levados por Juan de Garay e Adelantado Juan Torres de Vera e
Aragón para Corrientes, em 1588. Do Chile, chegam à Argentina em 1561, através
de Cuyo, rebanhos trazidos por Francisco de Aguirre, Castillo e
outros.
Em
1605, entram no Chile os animais que o governador chileno Garcia Ramos levou do
Rio da Prata e, em 1601, os que o Capitão López Vasques Pestaña levou de
Tucumam. Verifica-se (Goulart, 1964) que a criação de cavalos se inicia nas
reduções do Rio Grande do Sul em 1634, com os animais trazidos pelos padres
jesuítas Cristóbal de Mendonza e Pedro Romero, de Corrientes, para onde os
cavalos haviam sido levados, a partir de Assunção, por Alonso de Vera e Aragón,
em 1588.
Paralelo a este movimento
de rebanhos mansos, seja por abandono ou fuga dos domesticados, ou porque, com o
correr dos anos, o número destes foi aumentando de tal forma que superou as
possibilidades ou as necessidades dos primeiros habitantes de mantê- los sob
controle no Norte e no Sul do continente americano, este primitivo rebanho
crioulo se dispersou, formando enormes rebanhos selvagens que, no México e
Estados Unidos, foram chamados de "mesteños" e "mustangs" e de "cimarrones", nas
ilhas e América Central. No Rio da Prata os designaram como "baguales", o
"kaitá" dos índios pampas que acompanharam o Dr. Zeballos (1834) em sua viagem
ao Chile, ou "saguá", dos índios do Noroeste argentino. Dos dispersados, os
"cimarrones", que habitaram os "lençóis dominicanos" ou "planos da Venezuela",
diz-se que eram caçados no primeiro quarto do século XVIII. Roberto Cunninghame
Graham (1946) diz em seu livro que, por esses anos, nos planos da Venezuela, era
o único lugar da América onde podiam encontrar-se cavalos
"cimarrones".
O
"mustang" americano ou o "mesteño" mexicano tem origem parecida. Cabrera (1937 e
1945) e Denhardt (1947) explicam que não podiam ser cavalos abandonados ou
perdidos pelas expedições de Cabeza de Vaca (1528, 1537), de Soto (1539, 1543)
ou pela de Coronado (1540, 1542), porque a primeira não levava cavalos e as duas
últimas praticamente perderam todas suas montarias, mortas por fadiga da viagem
ou pelos índios. Acredita-se que foi Juan de Oñate, por volta de 1595, quem
levou ao Sudoeste dos Estados Unidos os antepassados do
"mustang".
Parte daqueles cavalos
domesticados se dispersaram posteriormente das missões, fazendas ou "ranchos"
atacados pelos índios e constituíram o que a literatura americana chamou de
"cavalos selvagens", que eram cavalos mansos que viraram selvagens, "cimarrones"
ou "baguales", segundo as denominações que lhes deram nos "lençóis dominicanos"
ou na "pampa sul-americana". Dos originais "ginetes" andaluzes, possivelmente
muitos morreram durante as conquistas, mas outros, sem dúvida, se reproduziram e
seus descendentes, aclimatados pelo meio americano durante muitas gerações,
forjaram essas populações crioulas, constituídas pelo "pequeno grande cavalo da
América", como acertadamente batizou Guilherme
Echenique.
Antecedentes
etinográficos da raça de cavalos crioulo
Sem
dúvida, o Crioulo é descendente direto do cavalo trazido para a América pelos
conquistadores. O mais difícil de demonstrar é a composição étnica da população
eqüina da Espanha nessa época, quais eram os tipos de cavalos que predominavam e
quais, por razões de distribuição geográfi ca, poderiam ser os que vieram à
América e deram origem à nossa raça Crioula. Prado (1941), fez um estudo das
"ascendências" etnográficas do cavalo chileno de 1541. Segundo o autor, os tipos
primitivos de cavalos que tiveram marcada infl uência na conformação do Crioulo
são os cavalos celta e saloutre, cuja combinação originou a antiga "Jaca
espanhola" (cavalo de alçada inferior a 1,47 metros - U. Prado, "El Caballo
Chileno", pág. 13), o bérbere ou raça africana, o asiático ou árabe e o
germânico ou nórdico. Estes tipos de cavalos podem dar uma idéia aproximada,
segundo Prado, do que foi o cavalo espanhol daquela
época.
O
professor Ruy D’Andrade, em seus trabalhos (1935, 1939 e 1941), especialmente
nestes três, em que estuda os elementos básicos da população eqüina da Península
Ibérica, representa um valioso aporte para o estudo dos antepassados de nossos
Crioulos, confi rmando a origem européia dos mesmos, ainda que marcadamente
influenciados pelo tipo bérbere ou africano, mas alheios, quase por completo, da
influência do asiático ou árabe. Da união desses tipos "garrano" e "líbico"
(cavalo andaluz de perfil convexo ou subconvexo), o autor supõe que se deriva o
tipo andaluz de perfil reto, e que os primeiros resultam, mais que sufi ciente
para justificar no nosso Crioulo, nos tipos de perfil, chamados "asiáticos" e
"africanos", respectivamente, e que o autor chama de "tipo garrano ou celta" e
de "tipo andaluz ou líbico". Admite, igual a Dr. Cabrera, uma infl uência
preponderante de bérbere na formação do cavalo espanhol, mas sem atribuirlhe, na
realidade, o caráter de verdadeiro cruzamento, já que por uma hipótese, o autor
lusitano supõe que "o cavalo andaluz não é nenhum parente próximo do árabe, nem
descendente do bérbere, nem germânico, e sim, uma raça natural e local,
transformada pela domesticação e por diversos cruzamentos sucessivos, efetuados
até os tempos atuais.
A
estes grupos pertencem os cavalos bérberes e germânicos". A infusão de sangue
bérbere no tipo antigo andaluz viria a ser, assim, só um refresco de sangue e
não um cruzamento.
Eliminando o árabe como
fator importante na formação das raízes da raça, só duas origens étnicas
importantes tendem a equilibrar sua ação nela: o "africano", representado pelo
cavalo bérbere primitivo, e o "europeu", produto da fusão dos tipos celtas, do
soloutre e germânicos.
Destacam-se, entre as
características comuns herdadas de seus antepassados, a alçada mediana, que difi
cilmente chega ou supera 1,50 metros, sua cabeça curta, triangular, de perfil
reto ou subconvexo, as orelhas curtas bem separadas, amplas em sua base e pouco
perfi ladas, o pescoço erguido, a garupa pouco inclinada e o temperamento ativo,
herança do bérbere, que se unem à abundância de crinas e cola, ao aspecto "baixo
e forte" e ao caráter tranqüilo de seus antepassados
europeus.
Morfologia
O
cavalo é um animal onde se conjugam a estrutura e a função. Seu corpo é adaptado
para a velocidade e para sua grande dimensão, e é esta combinação que nos ajuda
a compreender a sua estrutura. Os seus membros são especializados, têm um número
de dedos muito reduzido e são acompanhados pela perda dos músculos - os que
permitem a outros animais agarrar objetos.
O
cavalo apenas move os membros para frente e para trás, o que lhe dá excelentes
meios de propulsão.
A força de que necessita é dada por músculos muito desenvolvidos, que estão ligados aos ossos das coxas, tronco e antebraços.
A força de que necessita é dada por músculos muito desenvolvidos, que estão ligados aos ossos das coxas, tronco e antebraços.
Medidas exigidas
pela ABCCC:
| ||||
Altura
|
Alçadas
|
Tórax (Perímetro
mín.*)
|
Canela (Perímetro
Mín.*)
| |
Mín.
|
Max.
| |||
Machos
|
1,40
|
1,50
|
1,68
|
0,18
|
Fêmeas
|
1,38
|
1,50
|
1,70
|
0,175
|
Castrados
|
1,38
|
1,50
|
1,68
|
0,18
|
*Não existe
máximo estabelecido.
|
Cabeça
Perfil
|
Subconvexo
|
Largura
|
Fronte - Larga e
bem desenvolvida. Chanfro - Largo e curto
|
Comprimento
|
Curta
|
Orelhas
|
Afastadas,
curtas, bem inseridas, com mobilidade
|
Ganacha
|
Delineada, forte
e moderadamente afastada
|
Olhos
|
Proeminência,
vivacidade.
|
Pescoço
Inserções
|
Cabeça - limpa e
resistente. Tórax - rigorosamente apoiada no
peito.
|
Largura
|
Amplo, forte,
musculoso.
|
Bordo
Superior
|
Subconvexo,
crinas grossas e abundantes.
|
Comprimento
|
Mediano
|
Bordo
inferior
|
Retilíneo
|
Linha
Superior
Cernelha
|
Destaque
moderado, musculosa.
|
Garupa
|
Moderadamente
larga e comprida, levemente inclinada, proporcionando boa descida muscular para
os posteriores.
|
Dorso
|
Mediano,
musculoso, bem unido a cernelha e ao lombo.
|
Cola
|
Com a inserção
dando uma perfeita continuidade à linha superior da garupa. Sabugo curto e
grosso, com crinas grossas e abundantes.
|
Lombo
|
Musculoso, unindo
suavemente o dorso e a
garupa
|
Torax,
Ventre e Flanco
Peito
|
Amplo, largo,
profundo, encontros bem separados e musculosos
|
Ventre
|
Subconvexo, com
razoável volume unido ao tórax e flanco
|
Costelas
|
Arqueadas e
profundas
|
Membros
anteriores e posteriores
Braços e
cotovelos
|
Musculos, braços,
inclinados, com cotovelos afastados do tórax
|
Quartelas
|
de comprimento
médio, fortes, espessas, nítidas e medianamente
inclinadas
|
Antebraços
|
Musculosos,
aprumados, afinanfo-se até o joelho.
|
Cascos
|
de volume
proporcional ao corpo, duros, densos, sólidos, aprumados e medianamente
inclinados. De preferência, pretos.
|
Joelhos
|
Fortes; nítidos;
no eixo.
|
Quartos
|
Musculos, com
násegas profundas. Pernas moderadamente amplas e musculosas interna e
externamente.
|
Canelas
|
Curtas, com
tendões fortes e definidos; aprumados
|
Garrões
|
Amplos, fortes,
secos. Paralelos ao plano mediano do corpo, com ângulo anterior medianamente
aberto.
|
Boletos
|
Secos,
arredondados, fortes e nítidos; machinhosna parte
posterior.
|
Fonte:
www.cavalocrioulo.org.br
CAVALO
CRIOULO
Trata-se de um animal
harmonioso nativo da República Argentina, o crioulo pode ser encontrado, sob
formas ligeiramente difrentes e uma grande variedade de nomes. Com o chanfro
acarneirado, herança esta de sua ascendência ibérica, não possui a desproporção
que se observa no Andaluz e na maioria dos Mangalargas entre os quartos
traseiros
Descendente dos animais
ibéricos, a garupa genética é a do Berbere e a do Árabe. O cavalo desapareceu
dos territórios americanos na Pré Historia, sendo reintroduzido somente na
colonização ibérica. Os espanhóis, a partir da América Central, levaram o cavalo
para o Norte, ao México, e para o Sul , até o Peru. Do México, o cavalo
espalhou-se pelo que hoje constituiu os Estados Unidos, e, do Peru, o cavalo
seguiu para o sul, numa rota paralela à costa do Oceano Pacífico, via Chile, até
invadir a Argentina e o Rio grande do Sul, onde o cultivamos, originalmente, no
Brasil. Atualmente, a raça está sendo bem difundida em todo território
nacional.
Pelagem: Praticamente
qualquer uma, predominante o baio gateado ( com estrias escuras nos joelhos e
jarretes). A pelagem dominante no Brasil, a gateada, que é um báio com fio do
lombo e às vezes zebruras. Além dela encontram-se a moura, a rosilha, a alazã, a
zaina, a tordilha, sendo ainda freqüente no Brasil as pelagens malhadas: oveira
e tobiana, indesejáveis.
Função: Trata-se de
excepcional cavalo de lida, potente, dócil e resistente, com incrível capacidade
de trabalho e subsistência sob condições. Nos dias atuais, está sendo descoberto
pelos praticantes do hipismo rural, com crescente sucesso esportivo. É educado
num galope especial, curto, porém continuado, que permite fazer muitos
quilômetros por dia. Seu andamento natural é o trote e o passo, num caminhar
baixo, de acordo com os terrenos planos do sul.
PADRÃO
DA RAÇA
CABEÇA
PERFIL: Sub-Convexo; Retilíneo;
Sub-Côncavo
COMPRIMENTO: Curta
GANACHA: Delineada; Forte e
moderadamente afastada
LARGURA
Fronte - larga e bem
desenvolvida
Chanfro - Largo e curto
Chanfro - Largo e curto
ORELHAS: Afastadas; Curtas; Bem
inseridas; Com mobilidade
OLHOS: Proeminência;
Vivacidade
PESCOÇO
INSERÇÕES: Cabeça - Limpa e
resistente;Tórax - Rigorosamente apoiada no peito
BORDO
SUPERIOR: Sub-Convexo; Crinas
grossas e abundantes
BORDO
INFERIOR: Retilíneo
LARGURA: Amplo; Forte;
Musculoso
COMPRIMENTO: Mediano
LINHA
SUPERIOR
CERNELHA: Destaque moderado;
Musculosa
DORSO: Mediano; Musculoso; Bem
unido a cernelha e ao lombo
LOMBO: Musculoso; Unindo
suavemente o dorso e a garupa
GARUPA: Moderadamente larga e
comprida; Levemente inclinada proporcionando boa descida muscular para os
posteriores
COLA: Com a inserção dando uma
perfeita continuidade à linha superior da garupa. Sabugo curto e grosso, com
crinas grossas e abundantes.
TÓRAX,
VENTRE E FLANCO
PEITO: Amplo; Largo; Profundo;
Encontros bem separados e musculosos
PALETAS: Inclinação mediana;
Comprimento mediano; Musculosas, caracterizando encontros bem
separados
COSTELAS: Arqueadas e
profundas
VENTRE: Sub -Convexo, com
razoável volume; Perfeitamente unido ao tórax e flanco
FLANCO: Curto; Cheio; Unindo
harmonicamente o ventre ao posterior
MEMBROS
ANTERIORES E POSTERIORES
BRAÇOS E
COTOVELOS: Musculosos; Braços
inclinados; Com cotovelos afastados do tórax
ANTEBRAÇOS: Musculosos; Aprumados;
Afinando-se até o joelho
JOELHOS: Fortes, nítidos, no
eixo
CANELAS: Curtas, com tendões
fortes e definidos; Aprumadas
BOLETOS: Secos, arredondados,
fortes e nítidos; Machinhos na parte posterior
QUARTELAS: De comprimento médio;
Fortes, espessas, nítidas e medianamente inclinadas
CASCOS: De volume proporcional
ao corpo, duros, densos, sólidos, aprumados e medianamente inclinados. De
preferência, pretos
QUARTOS: Musculosos, com nádegas
profundas. Pernas moderadamente amplas e, musculosas interna e
externamente
GARRÕES: Amplos, fortes, secos.
Paralelos ao plano mediano do corpo, com ângulo anterior medianamente
aberto
MEDIDAS
(M):
|
ALÇADA
|
TÓRAX
(perímetro) Min.* |
CANELA
(perímetro) Min.* | |
Min.
|
Máx.
| |||
MACHOS
|
1,40
|
1,50
|
1,68
|
0,18
|
FÊMEAS
|
1,38
|
1,50
|
1,70
|
0,175
|
CASTRADO
|
1,38
|
1,50
|
1,68
|
0,18
|
* Não existe
máximo estabelecido.
|
DÓCIL E
ATLETA
História
Originário
das grandes planícies dos pampas até as encostas dos Andes, descende dos cavalos
trazidos pelos colonizadores espanhóis. Adaptou-se ao frio intenso e ao calor
desgastante, tornando-se um animal muito resistente.
Características
Apesar
do baixo porte, possui musculatura consistente e ossatura compacta. Extremamente
ágil e resistente, foi feito para trabalhar com gado.
Aptidão
Além de
sua funcionalidade na lida com o gado, tem se destacado nas provas do Freio de
Ouro e vencido as principais provas de rédeas do Brasil. A raça foi sensação em
algumas provas nos EUA.
No
Brasil
Durante
séculos, povoou o sul do Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai, mas agora
está conquistando todo o país. São cerca de 140 mil animais vivos registrados e
distribuídos entre aproximadamente 14 mil proprietários.
Fonte:
www.mercadodecavalos.com.br
CAVALO
CRIOULO
Sem
dúvida, o Crioulo é descendente direto do cavalo trazido à America, pelos
conquistadores. O mais dificil de demonstrar é a composição étnica da população
equina da Espanha nessa época, quais eram os tipos de cavalos que predominavam e
quais, por razões de distribuição geográfica, poderiam ser os que vieram à
América e deram origem à Raça Crioula.
Prado -
1941-, fez um estudo das "ascendências" etnográficas do cavalo chileno de 1541.
Segundo o autor, os tipos primitivos de cavalos que tiveram marcada influência
na conformação do Crioulo, são: o cavalo Celta e o Saloutre, cuja combinação
originou a antiga "Jaca espanhola" - cavalo de alçada inferior a 1,47 metros - ,
o Bérbere ou raça Africana, o Asiático ou Árabe e o Germânico ou
nórdico.
Estes
tipos de cavalos podem dar uma idéia aproximada, segundo Prado, do que foi o
cavalo espanhol daquela época. O professor Ruy D'Andrade, em seus trabalhos -
1935, 1939 e 1941- especialmente nestes três, estuda os elementos básicos da
população eqüina da península Ibérica. Eles representam um valioso aporte para o
estudo dos antepassados dos Crioulos, confirmando a origem européia dos mesmos,
ainda que, marcadamente influídos pelo tipo bérbere ou africano, mas alheios,
quase por completo, da influência do asiático ou árabe.
Da união
desses tipos "garrano" e "líbico" - cavalo andaluz de perfil convexo ou
subconvexo -, o autor supõe que se deriva o tipo andaluz de perfil reto, e que
os primeiros resultam, mais que suficientes, para justificar no Crioulo, ambos
os tipos de perfil, chamados "asiáticos" e "africanos", respectivamente, e que o
autor chama de "tipo garrano ou celta" e de "tipo andaluz ou
líbico".
Admite,
igual a Dr. Cabrera, uma influência preponderante de bérbere na formação do
cavalo espanhol, mas sem atribuir-lhe, na realidade, o caráter de verdadeiro
cruzamento, já que por uma hipótese, o autor lusitano supõe que "o cavalo
andaluz não é nenhum parente próximo do árabe, nem descendente do bérbere, nem
germânico, e sim, uma raça natural e local, transformada pela domesticação e por
diversos cruzamentos sucessivos, efetuados até os tempos
atuais".
A estes
grupos pertencem, variedades, os cavalos bérberes e germânicos". A infusão de
sangue bérbere, no tipo antigo andaluz, viria a ser assim, um só refresco de
sangue e não um cruzamento. Eliminando o árabe como fator importante na formação
das raízes da raça, só duas origens étnicas importantes tendem a equilibrar sua
ação nela: o "africano" representado pelo cavalo bérbere primitivo e o
"europeu", produto da fusão dos tipos celtas, do Soloutre e
germânicos.
Entre as
características comuns herdadas de seus antepassados, destacam-se: a alçada
mediana que dificilmente chega ou supera 1,50 metros, sua cabeça curta,
triangular, de perfil reto ou subconvexo, as orelhas curtas bem separadas e
amplas em sua base e pouco perfiladas, o pescoço erguido, a garupa pouco
inclinada e o temperamento ativo, herança do bérbere, se unem a abundância de
crinas e cola, o aspecto "baixo e forte" e o caráter tranqüilo de seus
antepassados europeus.
PADRÃO
DA RAÇA
1.
Cabeça
Perfil: Sub-Convexo;
Retilíneo; Sub-Côncavo
Comprimento: Curta
Ganacha: Delineada; Forte e moderadamente afastada
Comprimento: Curta
Ganacha: Delineada; Forte e moderadamente afastada
LARGURA
Fronte
- larga e
bem desenvolvida
Chanfro - Largo e curto
Chanfro - Largo e curto
Orelhas: Afastadas;
Curtas; Bem inseridas; Com mobilidade
Olhos: Proeminência; Vivacidade
Olhos: Proeminência; Vivacidade
2.
Pescoço
INSERÇÕES
Cabeça
- Limpa e
resistente;
Tórax - Rigorosamente apoiada no peito
Tórax - Rigorosamente apoiada no peito
Bordo
Superior: Sub-Convexo;
Crinas grossas e abundantes
Bordo Inferior: Retilíneo
Largura: Amplo; Forte; Musculoso
Comprimento: Mediano
Bordo Inferior: Retilíneo
Largura: Amplo; Forte; Musculoso
Comprimento: Mediano
3. Linha
Superior
Cernelha: Destaque
moderado; Musculosa
Dorso: Mediano; Musculoso; Bem unido a cernelha e ao lombo
Lombo: Musculoso; Unindo suavemente o dorso e a garupa
Garupa: Moderadamente larga e comprida; Levemente inclinada proporcionando boa descida muscular para os posteriores
Cola: Com a inserção dando uma perfeita continuidade à linha superior da garupa. Sabugo curto e grosso, com crinas grossas e abundantes.
Dorso: Mediano; Musculoso; Bem unido a cernelha e ao lombo
Lombo: Musculoso; Unindo suavemente o dorso e a garupa
Garupa: Moderadamente larga e comprida; Levemente inclinada proporcionando boa descida muscular para os posteriores
Cola: Com a inserção dando uma perfeita continuidade à linha superior da garupa. Sabugo curto e grosso, com crinas grossas e abundantes.
4.
Torax, Ventre e Flanco
Peito: Amplo;
Largo; Profundo; Encontros bem separados e musculosos
Paletas: Inclinação mediana; Comprimento mediano; Musculosas, caracterizando encontros bem separados
Costelas: Arqueadas e profundas
Ventre: Sub -Convexo, com razoável volume; Perfeitamente unido ao tórax e flanco
Flanco: Curto; Cheio; Unindo harmonicamente o ventre ao posterior
Paletas: Inclinação mediana; Comprimento mediano; Musculosas, caracterizando encontros bem separados
Costelas: Arqueadas e profundas
Ventre: Sub -Convexo, com razoável volume; Perfeitamente unido ao tórax e flanco
Flanco: Curto; Cheio; Unindo harmonicamente o ventre ao posterior
5.
Membros Anteriores e Posteriores
Braços e
cotovelos: Musculosos;
Braços inclinados; Com cotovelos afastados do tórax
Antebraços: Musculosos; Aprumados; Afinando-se até o joelho
Joelhos: Fortes, nítidos, no eixo
Canelas: Curtas, com tendões fortes e definidos; Aprumadas
Boletos: Secos, arredondados, fortes e nítidos; Machinhos na parte posterior
Quartelas: De comprimento médio; Fortes, espessas, nítidas e medianamente inclinadas
Cascos: De volume proporcional ao corpo, duros, densos, sólidos, aprumados e medianamente inclinados. De preferência, pretos
Quartos: Musculosos, com nádegas profundas. Pernas moderadamente amplas e, musculosas interna e externamente
Garrões: Amplos, fortes, secos. Paralelos ao plano mediano do corpo, com ângulo anterior medianamente aberto
Antebraços: Musculosos; Aprumados; Afinando-se até o joelho
Joelhos: Fortes, nítidos, no eixo
Canelas: Curtas, com tendões fortes e definidos; Aprumadas
Boletos: Secos, arredondados, fortes e nítidos; Machinhos na parte posterior
Quartelas: De comprimento médio; Fortes, espessas, nítidas e medianamente inclinadas
Cascos: De volume proporcional ao corpo, duros, densos, sólidos, aprumados e medianamente inclinados. De preferência, pretos
Quartos: Musculosos, com nádegas profundas. Pernas moderadamente amplas e, musculosas interna e externamente
Garrões: Amplos, fortes, secos. Paralelos ao plano mediano do corpo, com ângulo anterior medianamente aberto
2.1.
Medidas (metros)
Machos
Alçada -
Mínima: 1,40;
Máxima: 1,50
Tórax (Perimetro Min. *): 1,68
Canela (Perímetro Min. *): 0,18
Tórax (Perimetro Min. *): 1,68
Canela (Perímetro Min. *): 0,18
Fêmeas
Alçada -
Mínima: 1,38;
Máxima: 1,50
Tórax (Perimetro Min. *): 1,70
Canela (Perímetro Min. *): 0,175
Tórax (Perimetro Min. *): 1,70
Canela (Perímetro Min. *): 0,175
Castrados
Alçada -
Mínima: 1,38;
Máxima: 1,50
Tórax (Perimetro Min. *): 1,68
Canela (Perímetro Min. *): 0,18
Tórax (Perimetro Min. *): 1,68
Canela (Perímetro Min. *): 0,18
O cavalo Crioulo é oriundo do cruzamento de eqüinos árabes e
bérberes, trazido da Ásia e África pelos mouros quando invadiram a Península
Ibérica. Desse cruzamento surgiu o cavalo ibérico, considerado desde os
primeiros séculos de nossa era como o melhor cavalo de sela do
mundo.
Logo
após a descoberta do nosso continente, chegaram a São Domingos os primeiros
cavalos espanhóis que 1 5 a 20 anos depois vão para o
continente.
D. Pedro
de Mendoza em 1535, e Avelar Nunez Cabeça de Vaca, cm 1514, introduzem cavalos
diretamente da Espanha ao Rio da Prata e Paraguai
respectivamente.
Os
eqüinos abandonados por Pedro Mendoza quando de sua retirada da Argentina,
permanecendo nas exuberantes pradarias da Província de Buenos Aires, formaram
numerosas manadas, onde por muito tempo só atuou a seleção natural, sobrevivendo
sempre o mais forte. Exemplares dessas manadas selvagens vieram com os jesuítas
quando foi iniciada a colonização da então Província de São Pedro, no atual
estado do Rio Grande do Sul.
Em
meados do século passado, muitos equinocultores gaúchos, desejando melhorar o
tipo de seus cavalos nativos, fizeram inúmeros cruzamentos com raças exóticas
usando garanhões árabes e ingleses. Os resultados da introdução do Sangue
alienígena, se por um lado deram uma melhor aparência e mais altura aos
mestiços, por outro lado, produziram animais com pouca resistência para os lides
do campo e de guerra.
Alguns
criadores resistiram à inovação e para evitar que desaparecesse o tradicional
cavalo dos pampas, orientaram por princípios zootécnicos a criação das poucas
manadas que ainda existiam em estado de pureza.
Hoje em
dia, o cavalo Crioulo se ajusta perfeitamente, cm sua conformação, em seu tipo e
cm sua pureza, aos velhos e tradicionais moldes; se os primitivos Crioulos eram
um produto exclusivo de seleção natural, não sc podem pretender que os da
atualidade sejam apenas uma variedade local, ou derivado do Crioulo
antigo.
É algo
mais importante e maior que tudo isso: é uma verdadeira raça. E, em essência, o
mesmo primitivo e tradicional cavalo Crioulo da América descendentes dos cavalos
dos conquistadores, recuperados pela obra de conjunto de todos os criadores de
crioulo da América.
A raça Crioula descende em linha direta dos cavalos ibéricos trazidos pelos espanhóis e portugueses ao longo do século XVI para regiões que formariam a Argentina, Paraguai e Brasil. A raça crioulo é a primeira raça sul-americana formada nos campos úmidos da Bacia dos Pratas.
Altura:
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Cerca de 1,35m a
1,52m, com média de 1,45m em machos e fêmeas.
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Porte:
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Pequeno
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Pelagem:
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A clássica é o
gateado, ou seja, um baio escuro, comum a listra preta, desde o fim da crineira
até a cauda, estrias escuras nos membros e muitas vezes nas cernelhas. Todas as
pelagens são admitidas.
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Cabeça:
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Curta e larga, em
forma de pirâmide, perfil reto ou ligeiramente convexo, olhos grandes,
expressivos, afastados sobre o bordo do plano frontal, as orelhas são pequenas e
afastadas da bases.
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Andadura:
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Marcha
trotada
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Temperamento:
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Vivo,
inteligente, corajoso, muito forte, bem disposto e possuidor de grande
resistência.
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Aptidões
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O Crioulo é, por
excelência, um cavalo de trabalho, ideal na lida com gado, para passeio e
enduro, podendo ser usado para percorrer grandes
distâncias.
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A
primeira raça sul-americana de cavalos moldou-se nos campos úmidos da Bacia do
Prata. Descendia em linha direta dos ibéricos, trazidos por espanhóis e
portugueses ao longo do século XVI para as regiões que formariam a Argentina, o
Paraguai e o Brasil, submetidos agora à topografia dos pampas, das várzeas e das
serras, e às transformações climáticas que alternavam enchentes e secas, geadas
e temperaturas escaldantes, alimentação farta na primavera e escassez absoluta
no verão e nos rigores do inverno.
O cavalo
crioulo, imbatível nas distâncias curtas, mas também de extraordinário galope
nos percursos mais longos, tornou-se assim um animal de músculos de ferro e
tendões de aço. Fez-se indispensável nas estâncias, no trabalho com o gado: sua
velocidade de arrancada, suas esbarradas, a volta nas patas, desenvolveram-se ao
longo dos séculos nos rodeios do gado bagual, nas mangueiras, nos bretes e nos
apartes.
A raça
crioula expandiu-se ao mesmo tempo no Brasil, na Argentina, no Uruguai, no
Paraguai e no Chile. São estes países os cinco principais criadores, sendo que o
Rio Grande do Sul tem a melhor seleção de todos eles.
Este
crioulo ideal tem características próprias, bem definidas. Pesa entre 400 e 450
quilos, com altura média de 1.45m. A medida de seu tórax é geralmente de 1.75, o
que os faz, capaz de carregar um peso de 127 quilos, o mesmo que se costumava
exigir de um bom cavalo de guerra. Sua pelagem é extremamente variada: gateada,
moura, rosilha, alazã, zaina, escura ou tordilha. Sua musculatura é forte e bem
desenvolvida. Seus cascos são de volume proporcional ao corpo, duros, densos,
sólidos e negros.
CRIOULO
O
Crioulo é o cavalo comum de origem ibérica, melhorado na parte meridional da
América do Sul (Sul do Brasil, Uruguai, Argentina, Chile,
etc.).
Descendem
dos chimarrões, cavalos que retornaram ao estado selvagens, originados de 5
éguas e 7 cavalos trazidos da Andaluzia por Pedro de Mendoza e abandonados no
Prata, depois da fundação da cidade de Buenos Aires, em
1535.
Além da
Argentina, onde se encontram os melhores Crioulos, é encontrado no Uruguai, Sul
do Brasil, Paraguai, etc.
CARACTERÍSTICAS
DA RAÇA
Descrição: Peso de
400 a 450 kg.
Estatura: de 140 a
150 cm em média, tanto nos machos como nas fêmeas.
Perímetro
Torácico: de 170 a
186 cm - 175 em média.
Pelagem: A
pelagem dominante no Brasil, a gateada, que é um baio com fio do lombo e às
vezes zebruras. Além dela encontram-se a moura, a rosilha a alazã, a zaina, a
tordilha, sendo ainda freqüente no Brasil as pelagens malhadas: oveira e
tobiana, indesejáveis.l
Cabeça: Curta,
cônica, de fronte larga e focinho fino. As ganachas são fortes e afastadas e a
face curta, o chanfro curto e largo, o perfil direito ou levemente
convexo.
As
orelhas são pequenas, móveis e afastadas e nos olhos grandes e separados,
expressivos, de olhar inteligente e dócil. Pescoço: Bem ligado, ligeiramente
rodado, amplo, largo, musculoso na base e de comprimento médio, com crinas
abundantes e grossas.
Corpo: Compacto
e robusto. A cernelha é larga, forte, pouco saliente.
O dorso
e lombo são curtos e retos, musculados. A garupa é média, bem forte, inclinada.
A cauda tem sabugo grosso e é bem fornida.o peito é largo, profundo e musculoso
e o tórax alto e arqueado.
O ventre
é cilíndrico e às vezes volumoso, devido à alimentação
grosseira.
O flanco
é curto e cheio e a nádega curto. Membros: Os membros são curtos e fortes. As
espáduas são longas, inclinadas, fortes.
Os
braços e cotovelos são fortes e aprumados.
O
antebraço longo, musculoso. As canelas curtas, largas e espessas, com tendões
fortes e destacados. Os boletos são secos e redondos, as quartelas curtas e
espessas, meio inclinadas e os cascos duros e
proporcionados.
Os
joelhos e jarretes são largos e fortes, as coxas e as pernas musculosas, com um
ângulo de jarrete nem aberto nem fechado. Aptidões e outras
qualidades:
O cavalo
Crioulo é adaptado ao serviço de campo e às viagens que requerem extraordinária
resistência.é educado num galope especial, curto, porém, continuado, que permite
fazer muitos quilômetros por dia. Seu andamento natural é o trote e o passo, num
caminhar baixo, de acordo com os terrenos planos do sul. São animais
extremamente sóbrios, fortes e resistentes, qualidades que se aliam à coragem,
agilidade e mansidão.
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