quarta-feira, 27 de março de 2013

SINCERAMENTE ME EMOCIONEI! LEIAM VALE A PENA!

SINCERAMENTE ME EMOCIONEI! LEIAM VALE A PENA!

Recebi uma ligação após ter chegado da aula que meu guerreiro havia perdido mais dois cascos e estava sangrando muito. Corri pra lá, já em desespero. Como havia prometido manter a calma perto dele, assim o fiz. Mas ele estava inquieto, se debatia demais, tentava levantar, lutando contra a dor, como nunca deixou de fazer. Isso me impossibilitava de ajudá-lo, limpar as falanges que estavam expostas e colocar ao menos algo que estancasse o sangue e pudesse dar início ao processo de cicatrização. Fiz um remédio pra dor, quem sabe assim ele se acalmasse: sem sucesso! Meu amigo continuava a se debater e a situação das mãos e pés sem cascos se agravavam cada vez mais. Liguei para o veterinário e pedi um sedativo para que eu pudesse fazer a assepsia no local sem que ele reagisse tanto. Como o imaginado, meu campeão ainda não se entregou ao sedativo. Muito pelo contrário, quando ele percebeu que estaria perdendo o controle do próprio corpo, ele lutou para tê-lo de volta. Levantou e caiu por diversas vezes, se debatendo nas tábuas da cocheira. Lembro da Caroline ter me segurado sentada no chão e ter tapado meus olhos pra não ver aquela tortura. Mas eu gritava, chorava, e me debatia, até que ela e mais meu namorado não foram suficientes pra me segurar. Ele caiu outra vez. E contra a vontade de todos eu entrei ali e deitei ao lado dele, falei tudo que sentia. Meu amigo ficou quietinho, ofegante, mas ele sabia que eu estava ali, por isso não se moveu mais. Lembro que cantei a canção "eu dei teu nome a uma estrela" e agradeci por tudo que ele tinha feito por mim, beijei-o várias vezes e pedi perdão por estar desistindo dele, mas que nós dois sabíamos que não tinha mais como. Conversamos muito. Ele me ouviu e me entendeu, eu tenho certeza. Minha mãe me obrigou sair da cocheira por medo que ele me machucasse, e nenhum veterinário estava disponível para fazer eutanásia nele, a qual, agora, eu já implorava. Fiquei com ele contra a vontade de todos, tentando acalmá-lo. Quando enfim me convenceram de sair dali, meu menino se ergueu e tombou mais uma vez. Pus as mãos sobre a cabeça dele e rezei, rezei muito pra que levassem ele de uma vez, pedi com todo coração pra que ele fosse embora e terminasse toda aquela dor que ele injustamente estava sentindo. Tentei me acalmar, já que respirar pra mim estava muito complicado e ele sabia da minha dor. Mais uma vez ele se ergueu e tombou, e ali ficou. Fiquei cerca de 3 minutos longe dele, tentando recuperar a respiração e a calma. Quando voltei, meu gurizinho estava tendo convulsões, quando parou, todo mundo achou que ele havia morrido. Entrei ali e o abracei, pus a mão na região da jugular dele, e ainda pulsava bem fraca. Minhas últimas palavras foram: "vá em paz, guerreiro, tu já faz tudo que podia ter feito, agora é hora de descansar, eu te amo tanto, meu melhor amigo." No término da minha frase, o coração dele parou, ali, na minha mão. Beijei-o sobre a cabeça e a veterinária chegou (havia rodado a cidade atrás de letais e só agora tinha achado). Usou o esteto pra ver o coração do meu menino, que agora já não batia mais. Prince me esperou para ir embora. Ele sabia o quanto isso era o importante pra mim. Eu lutei por ele e ele lutou por mim, até o fim. Isso que eu chamo de amizade!

Descanse em paz, meu amigo! Só eu e Deus sabemos o quanto tu lutou. O quanto nós lutamos! Tu foi a criatura mais doce, mais amável, meiga, mais forte que eu já conheci. Como todos sabem: um grande guerreiro!

"É verdade que você atingiu um lugar melhor, mas eu ainda daria o mundo para ver seu rosto e estar bem a seu lado. Mas é como se você tivesse ido cedo demais, e agora a coisa mais difícil de fazer é dizer adeus."
- Danieli Ferreira



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