História
Originário das grandes planícies dos pampas até as encostas dos Andes, descende dos cavalos trazidos pelos colonizadores espanhóis. Adaptou-se ao frio intenso e ao calor desgastante, tornando-se um animal muito resistente.
Características
Apesar do baixo porte, possui musculatura consistente e ossatura compacta. Extremamente ágil e resistente, foi feito para trabalhar com gado.
Aptidão
Além de sua funcionalidade na lida com o gado, tem se destacado nas provas do Freio de Ouro e vencido as principais provas de rédeas do Brasil. A raça foi sensação em algumas provas nos EUA.
No Brasil
Durante séculos, povoou o sul do Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai, mas agora está conquistando todo o país. São cerca de 140 mil animais vivos registrados e distribuídos entre aproximadamente 14 mil proprietários.
O cavalo Crioulo é oriundo do cruzamento de eqüinos árabes e bérberes, trazido da Ásia e África pelos mouros quando invadiram a Península Ibérica. Desse cruzamento surgiu o cavalo ibérico, considerado desde os primeiros séculos de nossa era como o melhor cavalo de sela do mundo.
Logo após a descoberta do nosso continente, chegaram a São Domingos os primeiros cavalos espanhóis que 1 5 a 20 anos depois vão para o continente.
D. Pedro de Mendoza em 1535, e Avelar Nunez Cabeça de Vaca, cm 1514, introduzem cavalos diretamente da Espanha ao Rio da Prata e Paraguai respectivamente.
Os eqüinos abandonados por Pedro Mendoza quando de sua retirada da Argentina, permanecendo nas exuberantes pradarias da Província de Buenos Aires, formaram numerosas manadas, onde por muito tempo só atuou a seleção natural, sobrevivendo sempre o mais forte. Exemplares dessas manadas selvagens vieram com os jesuítas quando foi iniciada a colonização da então Província de São Pedro, no atual estado do Rio Grande do Sul.
Em meados do século passado, muitos equinocultores gaúchos, desejando melhorar o tipo de seus cavalos nativos, fizeram inúmeros cruzamentos com raças exóticas usando garanhões árabes e ingleses. Os resultados da introdução do Sangue alienígena, se por um lado deram uma melhor aparência e mais altura aos mestiços, por outro lado, produziram animais com pouca resistência para os lides do campo e de guerra.
Alguns criadores resistiram à inovação e para evitar que desaparecesse o tradicional cavalo dos pampas, orientaram por princípios zootécnicos a criação das poucas manadas que ainda existiam em estado de pureza.
Hoje em dia, o cavalo Crioulo se ajusta perfeitamente, cm sua conformação, em seu tipo e cm sua pureza, aos velhos e tradicionais moldes; se os primitivos Crioulos eram um produto exclusivo de seleção natural, não sc podem pretender que os da atualidade sejam apenas uma variedade local, ou derivado do Crioulo antigo.
É algo mais importante e maior que tudo isso: é uma verdadeira raça. E, em essência, o mesmo primitivo e tradicional cavalo Crioulo da América descendentes dos cavalos dos conquistadores, recuperados pela obra de conjunto de todos os criadores de crioulo da América.
A raça Crioula descende em linha direta dos cavalos ibéricos trazidos pelos espanhóis e portugueses ao longo do século XVI para regiões que formariam a Argentina, Paraguai e Brasil. A raça crioulo é a primeira raça sul-americana formada nos campos úmidos da Bacia dos Pratas.
Altura: | Cerca de 1,35m a 1,52m, com média de 1,45m em machos e fêmeas. |
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Porte: | Pequeno |
Pelagem: | A clássica é o gateado, ou seja, um baio escuro, comum a listra preta, desde o fim da crineira até a cauda, estrias escuras nos membros e muitas vezes nas cernelhas. Todas as pelagens são admitidas. |
Cabeça: | Curta e larga, em forma de pirâmide, perfil reto ou ligeiramente convexo, olhos grandes, expressivos, afastados sobre o bordo do plano frontal, as orelhas são pequenas e afastadas da bases. |
Andadura: | Marcha trotada |
Temperamento: | Vivo, inteligente, corajoso, muito forte, bem disposto e possuidor de grande resistência. |
Aptidões | O Crioulo é, por excelência, um cavalo de trabalho, ideal na lida com gado, para passeio e enduro, podendo ser usado para percorrer grandes distâncias. |
Sem dúvida, o Crioulo é descendente direto do cavalo trazido à America, pelos conquistadores. O mais dificil de demonstrar é a composição étnica da população equina da Espanha nessa época, quais eram os tipos de cavalos que predominavam e quais, por razões de distribuição geográfica, poderiam ser os que vieram à América e deram origem à Raça Crioula.
Prado - 1941-, fez um estudo das "ascendências" etnográficas do cavalo chileno de 1541. Segundo o autor, os tipos primitivos de cavalos que tiveram marcada influência na conformação do Crioulo, são: o cavalo Celta e o Saloutre, cuja combinação originou a antiga "Jaca espanhola" - cavalo de alçada inferior a 1,47 metros - , o Bérbere ou raça Africana, o Asiático ou Árabe e o Germânico ou nórdico.
Estes tipos de cavalos podem dar uma idéia aproximada, segundo Prado, do que foi o cavalo espanhol daquela época. O professor Ruy D'Andrade, em seus trabalhos - 1935, 1939 e 1941- especialmente nestes três, estuda os elementos básicos da população eqüina da península Ibérica. Eles representam um valioso aporte para o estudo dos antepassados dos Crioulos, confirmando a origem européia dos mesmos, ainda que, marcadamente influídos pelo tipo bérbere ou africano, mas alheios, quase por completo, da influência do asiático ou árabe.
Da união desses tipos "garrano" e "líbico" - cavalo andaluz de perfil convexo ou subconvexo -, o autor supõe que se deriva o tipo andaluz de perfil reto, e que os primeiros resultam, mais que suficientes, para justificar no Crioulo, ambos os tipos de perfil, chamados "asiáticos" e "africanos", respectivamente, e que o autor chama de "tipo garrano ou celta" e de "tipo andaluz ou líbico".
Admite, igual a Dr. Cabrera, uma influência preponderante de bérbere na formação do cavalo espanhol, mas sem atribuir-lhe, na realidade, o caráter de verdadeiro cruzamento, já que por uma hipótese, o autor lusitano supõe que "o cavalo andaluz não é nenhum parente próximo do árabe, nem descendente do bérbere, nem germânico, e sim, uma raça natural e local, transformada pela domesticação e por diversos cruzamentos sucessivos, efetuados até os tempos atuais".
A estes grupos pertencem, variedades, os cavalos bérberes e germânicos". A infusão de sangue bérbere, no tipo antigo andaluz, viria a ser assim, um só refresco de sangue e não um cruzamento. Eliminando o árabe como fator importante na formação das raízes da raça, só duas origens étnicas importantes tendem a equilibrar sua ação nela: o "africano" representado pelo cavalo bérbere primitivo e o "europeu", produto da fusão dos tipos celtas, do Soloutre e germânicos.
Entre as características comuns herdadas de seus antepassados, destacam-se: a alçada mediana que dificilmente chega ou supera 1,50 metros, sua cabeça curta, triangular, de perfil reto ou subconvexo, as orelhas curtas bem separadas e amplas em sua base e pouco perfiladas, o pescoço erguido, a garupa pouco inclinada e o temperamento ativo, herança do bérbere, se unem a abundância de crinas e cola, o aspecto "baixo e forte" e o caráter tranqüilo de seus antepassados europeus.
Padrão da raça
1. Cabeça
Perfil: Sub-Convexo; Retilíneo; Sub-Côncavo
Comprimento: Curta
Ganacha: Delineada; Forte e moderadamente afastada
Comprimento: Curta
Ganacha: Delineada; Forte e moderadamente afastada
Largura
Fronte - larga e bem desenvolvida
Chanfro - Largo e curto
Chanfro - Largo e curto
Orelhas: Afastadas; Curtas; Bem inseridas; Com mobilidade
Olhos: Proeminência; Vivacidade
Olhos: Proeminência; Vivacidade
2. Pescoço
Inserções
Cabeça - Limpa e resistente;
Tórax - Rigorosamente apoiada no peito
Tórax - Rigorosamente apoiada no peito
Bordo Superior: Sub-Convexo; Crinas grossas e abundantes
Bordo Inferior: Retilíneo
Largura: Amplo; Forte; Musculoso
Comprimento: Mediano
Bordo Inferior: Retilíneo
Largura: Amplo; Forte; Musculoso
Comprimento: Mediano
3. Linha Superior
Cernelha: Destaque moderado; Musculosa
Dorso: Mediano; Musculoso; Bem unido a cernelha e ao lombo
Lombo: Musculoso; Unindo suavemente o dorso e a garupa
Garupa: Moderadamente larga e comprida; Levemente inclinada proporcionando boa descida muscular para os posteriores
Cola: Com a inserção dando uma perfeita continuidade à linha superior da garupa. Sabugo curto e grosso, com crinas grossas e abundantes.
Dorso: Mediano; Musculoso; Bem unido a cernelha e ao lombo
Lombo: Musculoso; Unindo suavemente o dorso e a garupa
Garupa: Moderadamente larga e comprida; Levemente inclinada proporcionando boa descida muscular para os posteriores
Cola: Com a inserção dando uma perfeita continuidade à linha superior da garupa. Sabugo curto e grosso, com crinas grossas e abundantes.
4. Torax, Ventre e Flanco
Peito: Amplo; Largo; Profundo; Encontros bem separados e musculosos
Paletas: Inclinação mediana; Comprimento mediano; Musculosas, caracterizando encontros bem separados
Costelas: Arqueadas e profundas
Ventre: Sub -Convexo, com razoável volume; Perfeitamente unido ao tórax e flanco
Flanco: Curto; Cheio; Unindo harmonicamente o ventre ao posterior
Paletas: Inclinação mediana; Comprimento mediano; Musculosas, caracterizando encontros bem separados
Costelas: Arqueadas e profundas
Ventre: Sub -Convexo, com razoável volume; Perfeitamente unido ao tórax e flanco
Flanco: Curto; Cheio; Unindo harmonicamente o ventre ao posterior
5. Membros Anteriores e Posteriores
Braços e cotovelos: Musculosos; Braços inclinados; Com cotovelos afastados do tórax
Antebraços: Musculosos; Aprumados; Afinando-se até o joelho
Joelhos: Fortes, nítidos, no eixo
Canelas: Curtas, com tendões fortes e definidos; Aprumadas
Boletos: Secos, arredondados, fortes e nítidos; Machinhos na parte posterior
Quartelas: De comprimento médio; Fortes, espessas, nítidas e medianamente inclinadas
Cascos: De volume proporcional ao corpo, duros, densos, sólidos, aprumados e medianamente inclinados. De preferência, pretos
Quartos: Musculosos, com nádegas profundas. Pernas moderadamente amplas e, musculosas interna e externamente
Garrões: Amplos, fortes, secos. Paralelos ao plano mediano do corpo, com ângulo anterior medianamente aberto
Antebraços: Musculosos; Aprumados; Afinando-se até o joelho
Joelhos: Fortes, nítidos, no eixo
Canelas: Curtas, com tendões fortes e definidos; Aprumadas
Boletos: Secos, arredondados, fortes e nítidos; Machinhos na parte posterior
Quartelas: De comprimento médio; Fortes, espessas, nítidas e medianamente inclinadas
Cascos: De volume proporcional ao corpo, duros, densos, sólidos, aprumados e medianamente inclinados. De preferência, pretos
Quartos: Musculosos, com nádegas profundas. Pernas moderadamente amplas e, musculosas interna e externamente
Garrões: Amplos, fortes, secos. Paralelos ao plano mediano do corpo, com ângulo anterior medianamente aberto
2.1. Medidas (metros)
Machos
Alçada - Mínima: 1,40; Máxima: 1,50
Tórax (Perimetro Min. *): 1,68
Canela (Perímetro Min. *): 0,18
Tórax (Perimetro Min. *): 1,68
Canela (Perímetro Min. *): 0,18
Fêmeas
Alçada - Mínima: 1,38; Máxima: 1,50
Tórax (Perimetro Min. *): 1,70
Canela (Perímetro Min. *): 0,175
Tórax (Perimetro Min. *): 1,70
Canela (Perímetro Min. *): 0,175
Castrados
Alçada - Mínima: 1,38; Máxima: 1,50
Tórax (Perimetro Min. *): 1,68
Canela (Perímetro Min. *): 0,18
Tórax (Perimetro Min. *): 1,68
Canela (Perímetro Min. *): 0,18
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