sábado, 12 de maio de 2012

A importância de uma boa cama para seu cavalo

Como citado pelos autores do livro Criação do cavalo e de outros eqüinos, publicado em 1983, Torres e Jardim:”...A cama de uma baia é um substrato de material absorvente que se coloca sobre o piso para dar maior conforto ao animal...” Algumas pessoas ainda duvidam da importância de dedicar cuidados ao tipo de superfície à qual o seu animal é submetido nas baias e estábulos. È uma postura inadequada e que pode prejudicar e muito a vida do cavalo. A cama do animal é tão fundamental quanto à sua própria alimentação e exige cuidados diários e atenção redobrada principalmente para cavalos de esportes que passam a maior parte do seu tempo em baias por exemplo.


Uma boa cama deve ser macia, seca e plana e com boas propriedades absorventes, evitando o mau cheiro pela decomposição da urina e das fezes. Não deve ser úmida, se não concorrerá para o apodrecimento da ranilha e amolecimento dos cascos. A cama permite também nivelar melhor o chão, de maneira que o animal não se canse nem adquira aprumos viciosos. Uma cama suja ou mal cuidada pode facilitar o aparecimento de doenças e danos aos cascos, além de problemas respiratórios, pela forte presença de amônia, principalmente quando a urina não é bem drenada ou limpa.


Para se ter uma boa cama, independente do material usado, o segredo é a limpeza, conservação e reposição. É preferível que toda a cama seja revirada diariamente, retirando tanto as fezes quanto todos os focos de umidade, mas alguns tratadores se limitam à limpeza superficial, fazendo com que a umidade se espalhe cada vez mais, acabando por exigir a troca de toda a cama em poucos dias.


Em quase toda parte, a consideração econômica, aliada à disponibilidade de material e fatores regionais como clima continuam sendo os fatores mais importantes na escolha do tipo de cama. Há uma quantidade enorme de materiais que podem ser utilizados, de diferentes custos e disponibilidade de material, dependendo da região do criador. A escolha, no entanto, não deve ser baseada na atividade que o animal desenvolve, mas sim nas vantagens para filosofia de trabalho do local, a disponibilidade regional, os custos e a qualidade.


Os materiais mais comuns são: maravalha, pó de serragem, pavimentos sintéticos, preparado de serragem, bagaço de cana, palha de arroz e areia. Leia, a seguir, algumas das características de cada um deles:


Maravalha: são raspas de madeira, muito utilizadas para os cavalos. É o tipo de cama mais comumente encontrado nas hípicas, especialmente no sul e sudeste do país. A velocidade de consumo, e a necessidade de reposição, variam de animal para animal e da forma como o tratador dedica-se a limpeza. Absorvem muito bem a urina sendo de fácil manejo quanto à limpeza. Nem sempre é possível encontrar maravalha à vontade, mas é uma das melhores camas para cavalo.


Pó de serragem: em alguns lugares ou durante algumas épocas do ano, não é possível conseguir serragem em flocos, quando o pó passa a ser uma alternativa. Porém, um cuidado deve ser tomado quanto ao pó de serragem. Embora ele seja até mais macio que a serragem, e igualmente absorvente, ele tem o inconveniente de irritar as vias respiratórias, especialmente em cavalos alérgicos. Ele também costuma ser mais úmido do que a maravalha devido ao processo de obtenção do mesmo. Mesmo assim, na falta de alternativas pode ser utilizado, tomando-se cuidados especiais com o seu manejo (limpeza e troca freqüentes). Cavalos com problemas respiratórios tais como enfisema ou alergias não devem ser colocados em cama de pó de serragem, pois os sintomas podem se agravar. Em constante contato com o pó e por período prolongado alguns cavalos podem vir a desenvolver a ORVA – Obstrução Recorrente das Vias Aéreas.


Palha de arroz: Em algumas regiões, a palha do grão de arroz é disponível em grande quantidade, e praticamente gratuita. As "casquinhas" de arroz formam uma cama muito seca e absorvente e, no entanto recomendasse evitar o uso deste material para cama de eqüinos, especialmente por períodos prolongados. A razão é a elevada abrasividade destas cascas, devido ao seu conteúdo de sílica; ao serem ingeridas pelos animais, elas provocam irritações (lesões) das mucosas de estômago e intestino, que podem levar a gastrites e úlceras.


Bagaço de cana: apresenta os problemas semelhantes àqueles da palha de arroz, e também os motivos de sua utilização residem na sua fácil disponibilidade e em seu baixo custo. Entretanto, este material também é sujeito a causar cólicas, seja pela sua fermentação ou contaminação, seja pela capacidade física de causar impactação cecal. Cavalos que ficam estabulados em bagaço de cana, especialmente se não estiverem habituados ao mesmo, devem receber volumoso à vontade em grandes quantidades, evitando que adquiram apetite pelo bagaço.


De forma geral deve ser evitado todo e qualquer tipo de cama com possibilidade de ingestão pelos animais, devido aos motivos já comentados e com a possibilidade de contaminação com endoparasitos.


Areia: em diversas partes do país, o uso de areia é muito comum. Ainda que ela possa a primeira vista parecer um material ideal, é necessário atentar para a existência e possibilidade de cólicas de areia no cavalo, que acontecem em terras de solo arenoso, quando o cavalo acaba ingerindo areia ao se alimentar. A areia se deposita, por gravidade, nas partes inferiores do intestino, de onde não é deslocada pelo movimento intestinal comum, podendo causar dores crônicas e absorção intestinal torna se insuficiente. Deve-se ter um cuidado especial com cavalos estabulados em areia, evitando que eles não recebam feno e capim direto do chão (uso de rede ou fenil), e também que não comam ração do chão. Porém é muito difícil que após o termino do alimento o animal não irá procurar alimentos que tenham caído e desta forma, estará ingerindo alguma quantidade de areia, assim recomendasse ao não uso deste tipo de cama.


Borracha: É um tipo moderno de cama. São placas de borracha antiderrapante. Traz um inconveniente, pois não absorve a urina, deixando um cheiro desagradável de uréia no ambiente. Para se utilizar este tipo de cama devemos lavar diariamente a baia. Outro inconveniente é de ser um material macio e confortável para o animal. O custo também para implantação é um pouco alto, fazendo com que se torne inviável dependendo da quantidade de baias do estabelecimento.


Podemos notar que de todas as alternativas a Maravalha ainda é a melhor. Porém é importante se atentar para a madeira utilizada na fabricação deste material. Observa-se que determinadas madeiras produzem desconforto de grau variado, tanto nos animais quanto nas pessoas responsáveis pela sua manutenção. A melhor, no entanto, segundo alguns estudos veterinários, é a Maravalha de Pinus por ser da espécie menos alergênicos. Além de não causar alergias ou problemas respiratórios, há também outras vantagens na sua utilização como o fato de não empretejar rapidamente, ter uma ótima absorção da urina e um odor agradável.


Dr. Hélio Itapema
Dr. Hélio Itapema, formado pela Universidade de Alfenas - UNIFENAS e especialização na TIERARZTLICHE KLINIK TELGTE, Alemanha. Para entrar em contato com o autor, ligue para (11) 9528-1710 ou Nextel: 55*102755*1, visite o site www.clinicaitapema.com.br ou escreva para o e-mail clinicadeequinos@uol.com.br

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Especial Do Bretão

                                    Cavalo Bretão

Resumo De Uma Excelencia Em Raças De Tração:

O cavalo bretão é uma raça de cavalos de tração pesada originada em torno de 1830 na bretanha, noroeste da França. Formou-se através de cruzamentos de animais das raças de tração Norfolk (inglesa), Como vemos acima, pelas funções a que se destinam determinadas criações, o animal pesado de tiro não deve variar muito de 1,60m, assim como o de tração a trote não deve variar muito de 1,50m. Contudo, o tipo mais leve pode perder porte até cair a 1,48m.,Ardennais, e Percheron (francesas) com éguas nativas de grande porte na bretanha.São caracterísiticas do cavalo bretão a força e a vitalidade para o trabalho de tração. Também são evidentes sua docilidade, inteligência e a facilidade para o adestramento, seja para sela, atrelagem ou apresentações de volteio.O bretão é um cavalo de tração já presente nos quatro cantos do mundo, já tendo sido exportado para países árabes, e também presente na região tropical da América do Sul. No Brasil, temos o bretão sendo criado com sucesso em regiões de temperatura média elevada, assim como também de baixa umidade e com pastos hostis a cavalos de raças "refinadas". Em Brasília, na Fazenda Antares, não temos dificuldade em criá-los sem baia. Fornecemos suplementação de forragem em períodos de seca mais intensa, e o uso de ração concentrada é restrito às fases de crescimento, trabalho, e reprodução.
O garanhão Bretão é excelente para cruzar com éguas de outras raças mais leves para formação de mestiços mais resistentes, mais fortes e mais bonitos .
Ao contrário do que muita gente pensa, não dá problema na cobertura e nem no parto, só recomendamos que a égua esteja saudável e com boas condições físicas. Os mestiços machos têm utilidade na sela e na tração animal e as fêmeas, além dessas funções, também têm sido utilizadas como receptoras de embrião de outras raças e para matrizes de novos cruzamentos com garanhão Bretão para aumentarem o grau de sangue , pois depois de 6 gerações poderão produzir produtos P.O..
O útero das éguas limita o crescimento do feto (ao contrário do que acontece com o gado bovino, onde um touro zebuíno com vaca européia de pequeno porte pode gerar problemas no parto), cujo crescimento se dá após o nascimento.O Bretão é um animal nativo da região bretã francesa e foi sendo cruzado, através dos tempos, com as demais raças de tiro, como as raças Percheron, Ardenesa e Bolonhesa. Da tração de coches, após cruzas com o Hackney e o Tratador Norfolk. As cruzas com Árabe e o Puro -Sangue Inglês resultaram em um Bretão para charretes e até mesmo a montaria.O preço dos cavalos de tração pesada no Brasil não é proibitivo. São cavalos com preço médio comparado às outras raças com registro genealógico controlado. Não são caros para seu porte, funcionalidade, adaptabilidade e qualidade. Ambas as raças - bretão e percheron têm livro de registro ativo controlado pelas respectivas associações.

Mangalarga Machador

                              Cavalo - Mangalarga Marchador

Para machos o ideal é de 1,52m, quando é admitido para o registo definitivo pelo menos 1,47m e um máximo de 1,57m.
Para fêmeas o ideal é de 1,46m, quando é admitido para o registo definitivo pelo menos 1,40m e um máximo de 1,54m.

Todas. São admitidas todas as pelagens, porém a predominante é a Tordilha.
Passeio, Enduro, Esportes e trabalho com o gado.
Cavalos da Península Ibérica , Andaluz e Crioulos
O cavalo o mais popular e o mais difundido no Brasil é o Mangalarga Marchador, que iniciou sua formação em 1740. Seus registros já alcançam mais de 350.000 animais somente no país.
João Francisco de Portugal estabeleceu-se no Brasil na fazenda Campo Alegre, onde os cavalos de Marchadores começaram a surgir. Francisco adotou o sobrenome Junqueira para designar sua cidade nativa. Um de seus doze filhos, Gabriel Francisco Junqueira, Barão de Alfenas, é creditado pela expansão e o desenvolvimento da raça. Seu amigo, Dom Pedro I (1798-1834), imperador de Brasil e filho de Joao IV de Portugal, deu-lhe uma garanhão Alter Real nomeado Sublime.O garanhão Sublime era descendente de dois cavalos trazidos da Coudelaria de Alter Real , em Portugal por D. João VI durante a invasão da Península Ibérica pelas tropas napoleônicas. No Brasil, Sublime foi cruzado com éguas da fazenda Campo Alegre: Espanhois , Crioulos e Andaluzes. A maioria dos cavalos espanhóis utilizados na fazenda no lançamento da raça foram os famosos Ginete Espanhol (cavalos de marcha que vieram da Espanha com os conquistadores europeus), conhecidos por serem rápidos e suaves. Os descendentes do cavalo Sublime produziduziram as características do atual cavalo Mangalarga Marchador: docilidade e marcha suave, com uma passada cadenciada e rítmica.
Cavalo versátil, rústico, resistente, cômodo e elegante. Membros fortes e andamento de marcha batida ou picada, porém, ambas com momento de tríplice apoio. O treinamento desta raça é facilitado por sua inteligência, e os usos para a raça são ilimitados. No trabalho com gado, nos esportes, em experimentações funcionais brasileiras, ou no horsemanship através dos campos, o Marchador é proeminente e está obtendo resultados excelentes em comparação com outras raças. Esta raça é extremamente dócil e é facilmente montada também por crianças. Três Mangalarga Marchadores forem registrados no Guinness Book em 1994, depois de haverem feito uma marcha de 9000 milhas no intervalo de tempo de 2 anos. Guiados por três cavaleiros brasileiros, os cavalos atravessaram regiões cujas temperaturas variavam entre 0 e 115ºF e altitudes desde o nível do mar até 15.000 pés.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Raças de Cavalos

Andaluz (espanhol)
O moderno Andaluz descendente do cavalo Espanhol, o qual, como o Árabe e o Berbere, teve a maior influência sobre a população equina do mundo. Até o século XIX, o cavalo Espanhol era considerado o melhor da Europa. Toda a equitação clássica das escolas do Renascimento se baseava nele. A famosa escola de equitação de Viena é chamada ‘Espanhola’ em sua honra (spanische Reitschule), e seus famosos Lipizzaners brancos descendem directamente de cavalos exportados da Espanha para Lipica, na Eslovénia, no século VI. O cavalo Espanhol teve influências dominante em quase todas as raças e é a base da maior parte dos cavalos existentes na América Latina.
Criação: Na Anadaluzia, a criação está centrada em Jerez de la Frontera, Córdoba e Sevilha, onde foi preservada pelos mosteiros cartuxos. O cavalo Espanhol pode ter derivado de uma mistura do nativo Sorraia com o Tarpan e com os Berberes trazidos pelos mouros do norte da África.
Características: O Andaluz é um cavalo de grande presença. Embora não seja muito veloz, é ágil e atlético. Tem uma cabeça de extraordinária nobreza, o perfil característico, dito ‘de falcão’, crina e cauda longa, luxuriantes, e, com frequência, aneladas.
Influências: Berbere: Responsável principal pelo ardor, bravura, robustez e grande agilidade. Sorraia: Fundamento ‘primitivo’ da raça, deu-lhe força e notável resistência.
Altura: Média é cerca de 1,57m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela, Touradas, Adestramento, Shows
Anglo-Árabe
O Anglo-Árabe é uma raça resultante da mestiçagem do Árabe e de seu descendente, o PSI (Thoroughbred), que combina as melhores qualidades dessas raças de elite. Do Árabe espera-se que ele herde a resistência, a versatilidade, a frugalidade no trato e os cascos densos; do PSI a estatura maior e a velocidade. De ambos a habilidade atlética para os esportes hípicos.
Criação: A raça originou-se e aperfeiçoou-se na França, onde os Anglo-Árabes são criados sistematicamente desde os tempos napoleônicos nas grandes coudelarias do sudoeste, em Pau, Pompadour, Tarbes e Gelos desde o ano de 1800. Os primeiros Anglo-Árabes são o cruzamento de éguas PSI com os garanhões Árabes (nunca o inverso), importados do Egito por Napoleão Bonaparte e seus generais. Já em 1836 a criação francesa era famosa, tornando-se necessário a introdução de novas linhagens par refrescamento do sangue. Foram importados dois magníficos Árabes do oriente próximo Massoud e Aslan e três éguas PSI Dair, Common Mars e Selim. Por volta de 1850 a raça foi considerada formada e os cruzamentos com Árabes ou PSI puros passaram a ser cortados.
Características: Na aparência o Anglo_Árabe tende mais para o PSI. Sua fronte é recta (e não côncava como o Árabe), e sua estatura elevada. Os ombros são inclinados e fortes, as perlas longas e bem formadas com ossatura e cascos de boa qualidade, bons pulmões e excelente coração. São versáteis cavalos de sela, prestando-se para corridas em hipódromos, provas se salto de obstáculos, adestramento clássico e pólo. Na França os Anglo-Árabes têm corridas especiais, e seu stud book não aceita produtos com menos de 25% de sangue Árabe ou Thoroughbred.
Influências: Thoroughbred: Colaborou com tamanho, decisão, galope e potencial competitivo. Árabe: Solidez, vigor, resistência e temperamento calmo.
Altura: Varia entre 1,62 e 1,67m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela, Desportos hípicos
Alter–Real (Sub-Raça)
Como o nome surge, a raça Alter-Real foi criada para servir à realeza. Além do porte majestoso, o cavalo ‘real’ devia ter índole e a movimentação ideais para a escola clássica de equitação.
Criação: A raça data de 1748, quando foi fundada pela dinastia de Bragança em Vila de Portel, no Alentejo, Portugal. Em 1756, o haras transferiu-se para Alter. A primeira coudelaria tinha 300 das mais finas éguas andaluzas levadas para Portugal da região de Jerez de la Frontera, o mais famoso centro espanhol de criação. Floresceu em Alter, fornecendo montarias para a corte. E a raça ficou conhecida graças às apresentações promovidas em Lisboa. No começo do século XIX, todavia, muitos dos cavalos se perderam ou foram roubados com o saque do haras pelas tropas napoleônicas do general Junot. Em 1934, outros desastres sobrevieram e culminaram com o fechamento dos estábulos reais. Uma reorganização chegou a ser ensaiada sob D. Maria Pia, no fim do século, com a introdução se sangue estrangeiro Inglês, Normando, Hanoveriano e, principalmente, Árabe. Os experimentos foram mal sucedidos e a raça quase se arruinou. Foi salva pela importação de cavalos Andaluzes. Os arquivos dos estábulos foram destruídos com o advento da república (1910), e só em 1932 o Ministério da Economia tomou a iniciativa de reconstituir a criação dos Alter-Reais.
Características: A despeito das vicissitudes por que a raça passou, o Alter moderno virtualmente Andaluz outra vez, sobrevive como um cavalo valente, de carácter físico peculiar e acção extravagante, vistoso, altamente apropriada à Haule Ecole (Alta Escola). Dele descendem os Mangalargas Paulista e mineiro, trazidos por D. João VI em 1807.
Influências: Espanhol: A grande coragem e o carácter próprio, inconfundível.
Altura: Entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Marrom, Castanho, Alazão.
Usos: Sela, Desportos, Adestramento.
APPALOOSA
O gene que faz o cavalo sarapintado é tão antigo quanto o próprio equídeo (havia cavalos malhados na China e na Pérsia), mas o crédito pela criação de uma raça distintiva por sua pelagem cabe modernamente aos índios Nez Persé da América do Norte, que vivem no noroeste do actual estado do Oregon. Suas terras incluíam o vale do rio Palouse, que foi o rio que de nome aos cavalos.
Criação: A raça desenvolveu-se no século XVIII, com base nos cavalos trazidos pelos espanhóis. Nesse lote havia exemplares de pelagens sarapintadas descendentes remotos de cavalos da África Central. Os Nez Persé, que eram grandes criadores de cavalos, praticavam rigorosas políticas selectivas. Finalmente obtiveram um cavalo capacitado para qualquer trabalho, de aspecto inconfundível, além de essencialmente pratico. Em 1877, a tribo e a sua bela manada quase foram exterminados quando o governo da união ocupou as reservas. Todavia em 1938, com a formação do Appaloosa Horse Club, em Moscow, Idaho, a raça começou a renascer das cinzas. Seu registo é hoje o terceiro mais numeroso do mundo.
Características: Appaloosa moderna é reprodutor, mas também animal de competição (corridas e saltos) pela consistência, vigor e boa índole. A cinco pelagens oficiais da Appaloosa: Blanket (cobertor), marble (mármore), leopard (leopardo), snowflake (floco de neve) e frost (geada).
Influências: Espanhol: Acrescentou força, resiliência, adaptabilidade – e a pelagem mosqueada.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Sarapintado
Usos: Sela
ÁRABE (O Filho do Vento)
É a raça equina mais antiga do mundo. Sua origem perde-se na noite dos tempos. Os mais remotos registrados de sua presença foram encontrados na câmara mortuária do Faraó Pihiri, que viveu no século XX a. C.
Criação: Sempre criado pelos beduínos do interior da península arábica com fervor, porque eles sabiam que os animais extremamente rústicos sobreviviam às agruras do deserto com temperamento excessivamente quente de dia e noites muito frias no regime de pouca agua e quase nenhum alimento. Sua resistência às intermináveis deslocações das tribos à procura de novas pastagens é outra características universalmente reconhecidos. Foi usado desde tempos imemoriais pelos beduínos como meio de transporte, na caça e nas constantes guerras intertribais, sendo a mais veloz das raças equinas em estado natural. Dócil e obediente, sua beleza física inspirou poetas, pintores e escultores desde tempos antigos. Sua resistência e rusticidade tornou a montaria de generais famosos como Alexandre, o grande, Napoleão Bona Parte, Reis e Príncipes.
Características: É o mais harmonioso dos cavalos. Sua silhueta e inconfundível. Cabeça pequena, sempre alta, com perfil ligeiramente côncavo; olhos redondos, grandes e vivos; pescoço longo finamente arqueado; espáduas inclinadas, lombo curto, garupa quase horizontal, cauda alta com fios sedosos e longos, quando em movimento estes se elevam até a vertical. Pernas fortes, boa musculatura, andar largo e cascos duros como marfim. Sua aparência geral detona força e vitalidade. Ao contrario das outras raças que possuem dezoito costelas, seis vértebras lombares e dezoito vértebras na cauda, o Árabe tem, respectivamente, dezassete – cinco – dezasseis. Ele e o PSI são criados em todos os países do mundo e os stud books são aprovados e dirigidos WAHO (World Arab Horse Oraganization), ao qual Portugal também filiado.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão, Preto. Usos: Sela, Corridas, Saltos de obstáculos, lida do gado, lazer e circo
BERBERE
O Berbere perde apenas para o Árabe como um dos fundadores da população equina no globo. O cavalo Espanhol, dele derivado, serviu de base às principais raças europeias e a muitas das americanas. O Berbere desempenhou também papel na evolução do Thoroughbred inglês (PSI).
Criação: A raça é originária de Marrocos, na África do norte. Acredita-se que se tenha formado de cavalos selvagens sobreviventes da era glacial. Se isso for exacto, o Berbere é tão antigo quanto o Árabe. Em algum momento da evolução, deve ter recebido uma infusão de sangue Árabe, mas a sua conformação nada deve ao ideal Árabe – o que indica a existência de um gene poderoso, maciçamente dominante. Nos últimos anos tem havido um grande refinamento do Berbere tradicional – montaria suprema dos cavaleiros Berberes que tiveram parte tão saliente nas conquistas muçulmanas na Idade Média. Embora não haja respostas definitiva à controvertida questão da origem do cavalo Berbere, é pacífico existirem diferenças fundamentais entre o Berbere e o Árabe.
Características: O Berbere não impressiona à primeira vista: tem a garupa caída, a cauda de implantação muito baixa, e uma cabeça sem nada de especial, com formação craniana que se assemelha a dos cavalos primitivos. O perfil é recto, e o chanfro às vezes, romano. Não obstante, a resistência e o vigor do Berbere são ilimitado, indicando uma disposição à toda prova. É cavalo de excepcional agilidade, capaz de cobrir com grande velocidade distancias curtas.
Altura: Cerca 1,50m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela
CRIOULO
Embora seja cavalo nativo da Republica Argentina, o Crioulo pode ser encontrado sobre formas ligeiramente diferentes e uma grande variedade de nomes, em todo o continente Sul Americano. No Brasil, por exemplo, é o ‘Crioulo Brasileiro’. Na Argentina, o Crioulo é a montaria indispensável do gaúcho, o comboy dos pampas, e teve importante papel no surgimento do famoso Polopony dos país.
Criação: O Crioulo e descendente direito do cavalo espanhol trazido pelos descobridores do século XVI. Esses cavalos tinham sangue berbere. As primeiras importações de vulto para o vice-reinado do Prata foram feitas em 1535 por D. Pedro Mendoza, o fundador de Buenos Aires. Mais tarde, quando a cidade foi saqueada pelos índios, esses cavalos se espalharam por vastas áreas do campo e procriarão livremente – dai a disseminação.
Características: o Crioullo é um dos cavalos mais fortes e mais saudáveis que existe, um atributo à sua as centralidade espanhola. É capaz de viver em condições de extremo calor o frio com mínimo de alimentação, tem incrível resistência e é famoso pela longevidade.
Influencias: Espanhol: Contribui para a excepcional fortaleza e resistência da raça.
Altura: Entre 1,42 e 1,52m.
Cores: Castanho, Baio
Usos: Sela
FALABELLA
As causas naturais de pequenas estatura em equinos são de ordem ambiental: severas condições climáticas combinadas com escassez de alimento. É possível, no entanto, obter cavalos miniaturas ou de grande porte. Os de pequeno porte têm sido criados pelo homem através da história, às vezes como animais de estimação, outras simplesmente para satisfazer a curiosidade. O melhor exemplo disso é o Falabella, considerando um cavalo miniatura e não um pónei, por sua proporções e seu caracter.
Criação: Tira o seu nome da família Falabella, responsável pela evolução da raça no ranço Recreo de Roça, nas imediações de Buenos Aires, Argentina. Cruzaram-se os mais pequenos Shetland disponíveis com um PSI de porte reduzido; e a partir dessa primeira operação, praticou-se a endogamia, sempre com os menores exemplares obtidos por cruzamentos selectivo. O alvo perseguido era um espécime equino quase perfeito, mas miniatura. Acontece, que um processo desses pode resultar em defeitos de conformação e uma indesejável perda de vigor. Diz-se que os Falabellas são bons para o tiro mas não como montaria. Um dos menores exemplares conhecidos foi a égua chamada Sugar Dumpling, de Smith McCoy, de Roderfield, Virgínia, Estados Unido. Media 51cm de altura e pesava 13,6kg.
Características: Defeitos de conformação como jarretes fracos, membros tortos e cabeças pesadas são comuns em qualquer raça miniatura. E, no entanto, os melhores exemplares de Falabella ostentam muitas das qualidades de um bom Shetland . como animais de estimação, eles se mostram afectuosos e inteligentes. Sua pelagem pode apresentar atraentes padrões, inclusive pintados.
Influências: Shetlands: A base foram os Shetlands, cruzados com pequenos PSI.
Altura: Até 60cm.
Cores: Todas, inclusive combinadas.
Usos: Inovadores.
HUNTER (Caçador)
O ‘Caçador’ é um tipo de cavalo peculiar à Inglaterra e à Irlanda. Não constitui, a rigor, uma raça, de vez que lhe faltam características comuns fixas e ele pode variar segundo as exigências do país em que é montado. Num país de prados e cercas vivas – como as famosas hedges da Grã-Bretanha, algumas com milhares de anos -, um cavalo do tipo do Thoroughbred é que seria de desejar. Quando a velocidade não é requisito essencial, um cavalo mestiço confiável e sensível, bom saltador, é mais apropriado.
Criação: Os melhores cavalos de caça são os criados na Inglaterra e na Irlanda, onde esse desporto faz parte da vida rural há séculos. Cavalos de caça irlandeses e ingleses são, em geral, produto do cruzamento de Irish Draughts com Thoroughbreds. Muitos têm também sangue pónei, alguns de Cleveland bay, outros, até, de cavalos de tracção pesada. Seja qual for a mistura, os melhores caçadores têm sempre uma boa proporção de sangue de Thoroughbred para dar-lhes coragem, velocidade e aptidões atléticas.
Características: Um cavalo de caça deve ser bem proporcionado, saudável e dono de todos os atributos de conformação de um bom cavalo de montaria. Deve ser equilibrado razoavelmente rápido e audaz o bastante para enfrentar qualquer espécie de obstáculo nas condições da sua função. Deve ser calmo, ter boas maneiras e constituição robusta.
Influências: Thoroughbred: Liberdade de acção de arrojo. Irish Draught: Ossatura (bone), substância e sensibilidade. Cleveland Bay: Bone, porte, aptidão para o salto.
Altura: Entre 1,62 e 1,67m.
Cores: Todas, Inclusive compostas
Usos: Sela
Lusitano
O Lusitano faz-se notar como um vistoso cavalo de carruagem, bem como de sela. Foi, em tempos idos, a montaria dos cavaleiros portugueses. É ainda o cavalo favorito dos toureiros portugueses e, nesse papel, é treinado nos movimentos mais avançados da Haute École. Nos últimos anos, tornou-se popular fora da península ibérica e tem admiradores entusiastas nas Ilhas Britânicas, nos Estados Unidos e principalmente no Brasil.
Criação: A raça é, com feito, a versão portuguesa do Andaluz, difícil de distinguir do modelo, embora seja possível, em muitos casos, perceber ligeiras diferenças.
Características: Embora possa ter pernas mais compridas que o Andaluz, aos olhos da maior parte dos especialistas o inteligente Lusitano é tão bravo, tão rápido e tão soberbamente equilibrado quanto o cavalo Espanhol. Seus movimentos, naturalmente elevados, são espectaculares; e a agilidade, surpreendente.
Influências: Berbere: A natureza árdega, a bravura, força, robustez e grande agilidade. Sorraia: Raça de base, ‘primitiva’, responsável pelo vigor e pela resistência.
Altura: Varia entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela, Tiro, Touradas, Adestramento, Shows
MORGAN
O Morgan tem uma peculiaridade: a raça nasceu de um único reprodutor excepcionalmente prepotente, que se chamou, de início, Figure, mas ficou depois conhecido pelo nome do seu segundo dono, o professor Justin Morgan, que o recebeu em pagamento de uma dívida (1975). Cavalo de passeio e, cada vez mais, de competição, de sela e de tiro por igual, o Morgan foi, até a mecanização, o cavalo de remonta do exército americano. Uma estátua de Justin Morgan na Morgan Horse Farm da universidade de Vérmont, é um memorial permanente a um dos mais extradionários cavalos do mundo.
Criação: O garanhão que fundou a raça nasceu em 1789 ou 1793 em West Spingfield. Massachusetts e viveu em Randolph, no Vermont. Trabalhou duro puxando, arado, carregando madeira e limpando florestas para plantação. Tomou parte em inúmeras competições de velocidade e tracção e nunca foi vencido. Todos os Morgans descendem dele. Sua própria origem é ainda objecto de discussão. São três as teorias principais: seria filho de um Thoroughbred, Tru Briton; de um Frísio importado; ou de um Welsh Gob, o que não é impossível.
Características: O Morgan foi deliberadamente condicionado para exibir uma andadura elevada, pomposa. Mas se os cascos são aparados de modo normal, o cavalo se move livremente no quadro das andaduras tradicionais sem levantar indevidamente os jarretes. A raça é resistente, tem grande exuberância e vigor excepcional. Mais refinado na aparência que o arquétipo antigo, mas parrudo também, o Morgan moderno é fogoso, mas inteligente e fácil de adestrar.
Influências: Árabe: contribuição possível mas não documentada. Thoroughbred: O sangue thoroughbred pode ter tido papel significativo nos primeiros tempos.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Todas, excepto Tordilho
Usos: Sela, Tiro
ORLOV TROTTER
Antes da revolução de Outubro, a criação de cavalos estava nas mãos da aristocracia latifundiária. O notável criador Conde Alexei Orlov criou o Orlov Trotter no seu haras de Kherenov. Embora destinado às corridas, o Orlov foi também criado como cavalo de carruagem e a auxiliar na agricultura.
Criação: O Conde Orlov começou o seu programa de criação em 1778, cruzando um reprodutor árabe de cor branca, Smetanka com uma variedade de éguas. Polken I, descendente direito de Smetanka e filho de uma égua dinamarquesa Warmblood foi acasalado com uma égua holandesa Warmblood, de cor russa gerando Bars I (1784), o fundador da raça Orlov. Bars I foi, cruzado com éguas árabes, dinamarquesas, holandesas e inglesas mestiças. Consegui-se o tipo desejado por endogamia com o próprio Sir fundador. Corridas e avaliações sistemáticas de desempenho aperfeiçoaram a raça. Orlovs foram também cruzados ocasionalmente com Standardbreds para obter Russian Troters, mais velozes porém menos úteis.
Características: O Orlov é um cavalo alto de compleição leve, é musculoso e muito bem proporcionado.
Influências: Norfolk Trotter: Transmitiu uma constituição robusta e excelência do trote. Árabe: Usado para refinar a ‘matéria prima’ rústica, de utilidade agrícola. Holandês: Porte substância índole tranquila e estável. Thoroughbred: Maior capacidade física, melhor acção e velocidade.
Altura: Cerca de 1,62m.
Cores: Tordilho, Castanho, Negro
Usos: Sela, Tiro
PAINT HORSE (PINTO)
A duas sociedades nos EUA para este tipo de cavalo – a Pinto Horse Association e American Paint Horse, ambas sedeadas em Fort Worth, Texas. A Pinto Horse Association registra qualquer espécie de cavalo que preencha seus requisitos de cor. Ela classifica-os em stock type (reprodutor estabulado), hunter (caçador), pleasure type(de estemição), saddle type (de sela). American Paint Horse Association registra reprodutores com sangue de Paints, Quarter Horse, Thoroughbreds.
Criação: O Pinto descende dos cavalos espanhóis trazidos para a América no século XVI. Até aos séculos XVIII e XIX, uma linhagem de cavalos pampas ou pintados, derivados de sangue espanhol, ainda existia na Europa. O nome ‘pinto’ vem dos espanhol pintado, que se tornou, para os comboys do Oeste americano, paint. Cavalos com mais de uma cor ou mosqueados eram também chamados de Calicos.
Caracteristicas: São dois os tipos de coloração: ovaro, e tobiano. Ovaro é a pelagem com a cor básica de acompanhada de grandes manchas brancas irregulares; Tobiano é a pelagem de fundo branca com grandes irregularidades de cor. É difícil dar ao Pinto status de raça, no sentido tradicional da palavra devido à falta de consistência do tipo e do tamanho. É mais uma pelagem.
Influencias: Atributos físicos, bem como os diversos tipos de coloração.
Altura: Entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Compostas
Usos: Sela
PASO
O Passo peruano, ou ‘cavalo marchador’ tem os mesmos antepassados que o crioulo argentino. Distingue-se por sua andadura, conhecida por lateral gait, e uma conformação particular, preservada e confirmada pela criação selectiva à três séculos ou mais.
Criação: A criação é dirigida para aperfeiçoamento da andadura natural, o paso. Este tipo e acção comporta um movimento vigoroso rotativo das pernas dianteiras, garantido pelo emprego firme das pernas traseiras, enquanto a garupa é conservada baixa. Mesmo em terreno acidentado, a andadura pode ser mantida por vários períodos.
Características: A raça é muito forte. As pernas traseiras e suas quartelas são cumpridas; e as juntas, em geral, extremamente flexíveis. Esse conjunto de factores contribui para o celebrado conforto do paso como andadura.
Influências: Espanhol: As antigas andaduras típicas dos espanhol são responsáveis pelo paso.
Altura: Entre 1,42 e 1,52m.
Cores: Todas, Simples
Usos: Sela
QUARTER HORSE
O Quarto de milha, o primeiro de todos os cavalos americanos de raça, é tido como “o mais popular do mundo”. Mais de três milhões estam registados na American Quarter Horse Association, fundada em Forct Worth em 1941.
Criação: Seleccionada nos Estados Unidos da América, a partir dos cavalos selvagens “Mustangs” de origem berbere e árabe, introduzidos na América pelos colonizadores espanhóis. A partir de 1611, com a chegada de algumas éguas vindas da Inglaterra, cruzadas com os garanhões “Mustangs”, deu como resultado animais compactos, extremamente dóceis, muito musculosos e capazes de percorrerem pequenas distâncias com mais rapidez que quaisquer outras raças. Sua selecção foi direccionada para produzir animais de trabalho e lida com o gado, tornando-o imbatível para a condução do gado e captura de reses desgarradas, graças à sua velocidade em curtas distâncias. Actualmente cruzados com o Puro Sangue Inglês dão excelentes animais de corrida, imbatíveis nas curtas distâncias. O Quarto de Milha foi introduzido no Brasil em 1954, por iniciativa da empresa King Ranch, na região de Presidente Prudente.
Características: Cavalos muito versáteis, dóceis, rústicos e inteligentes com altura média de 1.52m,cabeça pequena, fronte ampla, perfil recto, olhos grandes e bem afastados. Pescoço piramidal com linha superior recta, dorso e lombo curtos, garupa levemente inclinada, peito profundo, membros fortes e providos de excelente musculatura, olhos grandes e bem afastados. Pescoço piramidal com linha superior recta, dorso e lombo curtos, garupa levemente inclinada, peito profundo, membros fortes e providos de excelente musculatura.
Influências: Espanhol: Contribui para a agilidade e solidez da constituição. Thoroughbred: Melhorou a velocidade, a conformação e o movimento.
Altura: Entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Todas, Simples
Usos: Sela, Lida com Gado
SADDLEBREDO mais famoso dos cavalos americanos, o Saddelebred já foi chamado Kentuchy Saddler. Oriundo dos estados do sul, onde sempre teve múltiplas aplicações, é tido hoje como um brilhante (se não amaneirado) cavalo de exibição, quer como montaria, quer como animal de tiro.
Criação: O Saddlebred provém do velho Narragansett Pacer, cavalo de utilidade nas plantações de Rhode island, e do Canadian Pacer, ambos marchadores. A raça foi refinada e adquiriu a aparência que hoje ostenta e tanta impressão causa pela velocidade e perfeição de movimentos graças à introdução de sangue Morgan e Thoroughbred. Características: Cavalo imponente, de grande presença e vivacidade, o Saddlebred executa com perfeição as andaduras passo, trote e cantêr. Chamaram-no, por isso three-gaited. As duas andaduras adicionais, exibidas por um cavalo de cinco marchas (five-gaited) são a slow gait, em que ele se pavoneia, arrogante; e a rack, que é um trote duro, acelerado, de tirar o fôlego.
Quando seus cascos são aparados normalmente, o Saddlebred pode ser usado como montaria de passeio.
Influências: Thoroughbed: Qualidade, ímpeto, brilho nos movimentos. Norfolk Roadster: Fonte de facilidade para o trote e da elegante silhueta. Narragansett Pacer: Responsável pelas andaduras especiais. Espanhol: Responsável pelas andaduras clássicas espectaculares, e também por sua capacidade de resistência e robustez.
Altura: Varia entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Todas, Simples
Usos: Sela, Tiro
SHAGYA ÁRABEO mais famoso produto das grandes coudelarias húngaras do século XIX é o Árabe Shagya, criado especificamente como cavalo de sela de qualidade e substância para incomparável cavalaria ligeira do reino. O Shagya actual não degenerou: é tão bom de sela quanto de tiro. E muitos são capazes de brilhar em competições equestres, inclusive de salto.
Criação: O centro do Shagya é o haras de Babolna, fundado em 1789. Depois de 1816, Babolna concentrou-se na criação de puros Árabes ‘do deserto’; e depois, cada vez mais, na de mestiços da ‘raça árabe’. Estes eram descendentes de garanhões puros sangues e éguas predominantemente Árabes mas com sangue Espanhol, Húngaro e Thoroughbred, e eram maiores do que um Árabe comum (tinha 1,52m). Proveniente da Síria, chegou a Babolna em 1836. Descendentes dele podem ser ainda encontrados em Babolna e em outras áreas da Europa.
Características: O Shagya é inteiramente árabe no aspecto e no carácter, mas é o maior e tem mais substancia e ossatura do que muitos dos cavalos Árabes modernos. A cernelha é menos pronunciada; e as fortes espáduas mais obliquas. As pernas posteriores, muitas vezes alvo de critica (legitima) aos cavalos árabes, são notavelmente correctas nos Shagya.
Influência: Árabe: A superioridade da raça Árabe desempenhou grande papel ao desenvolvimento do Shagya.
Altura: Cerca de 1,52m.
Cores: Todas, Simples e Uniformes
Usos: Sela, Tiro
SorraiA
Acredita-se que os primeiros cavalos domesticados na Europa tenham sido os da Península Ibérica. Hoje descendentes desses equinos primevos, i.e., das raças fundadoras, ainda podem ser vistos tanto em Portugal como na Espanha. Entre eles estão os da raça chamada Sorraia, em muitos dos quais a cor e a conformação têm extraordinária semelhanças com as do Tarpan e com o mais refinado Garrano ou Milho, de raízes idênticas porém habitat mais para o norte, nos vales de Garrano do Milho e Trás-os-Montes.
Criação: O Sarraia vivia nos campos que ficam entre os rios Sor e Raia; e durante anos a famosa família d’Andrade conservou uma manada deles em estado selvagem. É de crer, e já foi dito que esses animais, depois de submetidos à poderosa influência dos cavalos Berberes da África do Norte, tenham contribuído para o renomeado cavalo Espanhol e, através do sangue difundido dessa estirpe, para uma variedade de raças diferentes.
Características: durante séculos, o Sorraia foi usado por vaqueiros locais e para o trabalho agrícola leve Não pode ter sido considerado, a esse tempo um espécime sobremodo atraente. Pois não obstante, e malgrado a cabeça pesada e a cauda caída, conservou ele todo o vigor dos seus antepassados selvagens.
Influências: Tarpan: Na raiz da raça, deu-lhe a excelência da compleição básica. Berbere: Melhorou os movimentos, aumentou-lhe o tamanho e acrescentou o carácter fogoso.
Altura: Varia entre 1,27 e 1,32m.
Cores: Cinza-Pardacento
Usos: Bravio, Leve Trabalho Agrícola
Thoroughbred (PSI)
O Thoroughbred (ou PSI) é a raça de corrida que vemos nos clube jóqueis. É o mais veloz dos equinos e a base de uma imensa indústria multinacional de criação e corridas.Criação: A raça originou-se na Inglaterra nos fins do século XVII e princípios do XVIII com a importação de cavalos Árabes da Arábia. Um facto incrível é que todos os PSI do mundo são descendentes direitos pela linhagem paterna de três garanhões puro-sangue Árabes: o Byerley
Turco importado em 1684, o Darley Árabe em 1704 e o Ggolphin Árabe (algumas vezes impropriamente chamado de Berbere) em 1731. Além desses três, houve muitos outros reprodutores e matrizes Árabes, sendo que em sua origem a raça estava saturada de sangue Árabe e em pequenas escalas de Berberes.
Características: Raça seleccionada para corridas curtas em distâncias de mil a dois mil metros, em pistas planas, pilotados por leves jóqueis de 60kg. São animais muito velozes e bem proporcionados, possuindo grande capacidade atlética e considerável vigor físico e mental. É corajoso, mas também nervoso e excitável, com temperamento às vezes difícil.
Influências: Árabe: Velocidade, beleza e disposição atlética. Contribuição decisiva. Berbere: Contribuiu com velocidade, ardor e grande agilidade. Galloway: Deu contribuição mínima ao PSI.
Altura: Varia entre 1,62 e 1,67m
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela, Corridas planas, Desportos Hípicos
WELSH COB
O Welsh Cob, com sua andadura de trote explosivo, desperta tão grande fervor na sua pátria quanto os coros galeses ou o ruby no Cardiff Arms Park. É ele o sucessor natural da grande tradição do Norfolk Roadster, que teve, aliás, papel na sua evolução. Como animal de tiro, nenhum outro o supera em ímpero e bravura; como montaria, é um audacioso corredor, com grandes qualidades para o salto.
Criação: O Welsh Cob (secção D no stud book) é, em matéria de perfeição, uma versão ampliada do Welsh Mountain Pony, de quem descende. Esses póneis foram cruzados com animais dos romanos e, depois, nos séculos XI e XII, com cavalos Espanhóis para produzir o Powys cob e um outro animal, mais pesado, o Welsh Cart Horse. Nos séculos XVIII e XIX, novos cruzamentos, agora com Norfolh Roadters e Yorkshire Coach Horses, mais uma miniatura de sangue Árabe, resultaram no Cob moderno. Já houve, no passado, um florescente mercado de Cob para aplicação militar (Infantaria montada, tracção de canhões). E até à década de 1960, Cobs foram utilizados, em grandes números, no transporte de pão, e outros artigos nas cidades grandes.
Características: Welsh Cob: tem ainda alguma procura como cavalo de sela e de tiro. Cruzado com Thoroughbred, produz excelentes cavalos de competição. O Cob é excepcionalmente robusto na constituição e tem grande resistência.
Influencias: Welsh A: Base do Cob responsável pela andadura e solidez. Espanhol: Melhorou tamanho e força contribuiu para a bela postura. Norfolk-Roadster: A boa qualidade do trote e a robustez.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Todas, Simples e Uniformes
Usos: Sela, Tiro
GALICENO
O Galiceno, pónei do México, é outro exemplo do legado espanhol às Américas. A partir de 1950, a raça se espalhou para o norte, passou aos Estados Unidos, e foi reconhecida no país em 1958. É vista como ‘ponte’ ideal para jovens cavaleiros, transição póneis para cavalos.
Criação: O Galiceno, como o nome indica, originou-se na Galícia, província do noroeste da Espanha, afanada, desde a antiguidade, por seus cavalos de andadura macia. O Galiceno actual ainda se distingue por essa qualidade e pela rapidez, muito louvada na Inglaterra elisabetana. Os ancestrais desses ‘cavalinhos’ estariam entre os equídeos trazidos pelos espanhóis da Hispaniola para o continente no século XVI, talvez descendentes das Sorraias e Garranos (diferentes nomes para o mesmo cavalo) indígenas da Península Ibérica.
Características: O Galiceno é resistente e robusto, tratável, inteligente, versátil. Sua natural agilidade e velocidade lhe garantem a popularidade como pónei de rancho e de competições. É usado como animal de transporte.
Influência: Espanhol: Contribui para a sua aparência, constituição e espírito.
Altura: cerca de 1,42m.
Cores: Todas, Desde que Uniformes
Usos: Sela, Tiro
CAVALO FINLANDÊS
Em tempos passados havia duas raças finlandesas: a Finnish Draught (‘de tiro’) e a Finnish Universal (‘para toda obra’). Ambas eram criadas considerando a actuação e o desempenho e não a aparência. O Finlandês destinado à tracção, o mais pesado dos dois, era um animal possante de aspecto comum mas andadura viva e rápida. O Universal, mais leve, podia ser montado, usado para puxar cargas de peso moderado e, principalmente para corridas atrelado a viaturas ligeiras. A partir da década de 1970, acentuou-se a preferência geral por cavalos utilitários mais leves, embora haja ainda papel para os demais na lavoura e, sobretudo na silvicultura.
Criação: O Finlandês descende, provavelmente de antigas raças europeias de cavalos pesados e ligeiros, cruzadas com raças warmblood e coldblood. Um livro de registros de pedigrees foi aberto em 1907, tanto para os animais leves quanto para os pesados dessa raça, e se instituíram rigorosamente testes de desempenho para os dois tipos.
Características: O Finlandês, sereno e equilibrado, tem, a despeito do seu arcabouço relativamente leve, a força da tracção de um cavalo muito mais pesado. E a isso se combinam, com rara facilidade, o carácter, a rapidez e a agilidade das raças ligeiras. É resistente, longevo, dono de notável robustez. Seria ocioso dizer que impressiona também por sua constituição. A inclinação dos quartos a partir da garupa e, ainda, a acentuada extensão do dorso, são típicas do cavalo de tiro destinado a competições e reflecte a mudança de ênfase ocorrida na criação do Finnish Horse.
Influências: Pónei Finlandês: Os póneis nativos, notáveis pela resistência deram uma sólida base para cruzamentos com raças de fora. Oldenburg: Fixou o carácter do Finlandês e acrescentou-lhe porte e acção.
Altura: Cerca de 1,57.
Cores: Todas.
Usos: Tracção Ligeira.
DANISH WARMBLOOD
Representantes de uma das raças mais recentes da Europa, criada à propos para competições, os cavalos Danish Warmblood só tiveram stund book próprio na década de 1960. Em tempo curto, porém os criadores dinamarqueses produziram um animal de qualidade superior e versatilidade maior que a de muitos cavalos europeus de reputação firmada.
Criação: A Dinamarca tem tradição equestre. Monges cistercianos do século XIV costumavam cruzar, no Holstein (ducado dinamarquês até 1864), cavalos Espanhóis da melhor categoria com éguas de grande porte, nativas da Alemanha sententorial. Um dos resultados disso foi Frederiksborg. O Danish Warmblood tem por base o Fredericksborg cruzado com Thoroughbreds ingleses. As éguas locais resultantes dessa operação eram então acasaladas com garanhões Anglo-Normandos (Selles Français), com Thoroughbreds e com Trakehners. O produto era aperfeiçoado para tornar-se um cavalo saudável e robusto, de excelente conformação, estável, largo escopo de acção e aptidão para o galope. A participação do hanoveriano prima pela ausência no caldeamento do Danish Warmblood, o que pode ter contribuído para o seu carácter singular se comparado com outros Warmbloods.
Características: Os melhores cavalos dinamarqueses têm um perfil de Thoroughbred combinando substância, força e boas pernas. Corajosos e árdegos, têm excelente temperamento e acção. São brilhantes animais de dressage, com desempenho de primeira classe no cross-country.
Influências: Fredericksborg: Os fundamentos, o porte vistoso, a elegância como cavalo de sela. Trakehner: Usado por seu tipo fixo e conformação correcta. Psi: Deu-lhe melhor qualidade, rapidez e desempenho.
Altura: Cerca de 1,67m.
Cores: Todas, Uniformes
Usos: Sela
FREDERIKSBORG
No século XVI, a Dinamarca era um dos centros principais de criação de elegantes e activos cavalos de sela e de cavalos de batalha de grande categoria. Esses cavalos, ditos ‘Frederiksborgs’, eram produto de uma coudelaria fundada pelo rei Frederico II, em 1562. Pluto, cavalo branco ‘Espanhol’, e um dos fundadores da linhagem Lipizzaner que leva o seu nome, era um Frederisborg, nascido no haras da corte da Dinamarca em 1765.
Criação: A raça descende efectivamente de cavalos Espanhóis. Só posteriormente se acrescentaram a essa base de elementos de cavalos afins, Napolitanos, (Nápoles esteve sob o domínio espanhol de 1503 a 1734). No século XIX ocorreram outros cruzamentos agora com garanhões Árabes e mestiços (halfbred) Ingleses. O resultado foi um esplêndido cavalo de montariam, empregado com êxito para melhorar outros cavalos do país, como o Jutland. A exportação indiscriminada exauriu, porém, as caudelarias do reino, que passaram a criar PSI – e araç original por pouco não desaparecia. Durante algum tempo, criadores independentes asseguraram a sobrevivência dos Frederiksborgs, embora reduzidos a puxadores de carruagens. Mas a crescente demanda de cavalos de sela acabou por generalizar a criação de PSI, e é improvável que ainda existam representastes legítimos da antiga raça.
Características: Embora cavalo de sela, o Frederiksborg sempre conservou suas qualidades de cavalo de carruagem: robustez e andadura aristocrática.
Influências: Espanhol: Responsável pela elegância e pela presença majestosa.
Altura: Cerca de 1,60m.
Cores: Castanho
Usos: Sela
OLDENBURGO Oldenburg foi criado no século XVII como cavalo de carruagem capaz de enfrentar com galhardia caminhos difíceis e de desempenhar também, a conno, tarefas agrícolas. Desde então, a raça vem se adaptando continuamente a outras exigências graças a uma criação hábil e cuidadosamente controlada. Dos WarmBloods, o Oldenburg é ainda o mais possante e o mais apropriado para o dressage ou como animal de competição.
Criação: A raça, baseada na Frigia, originou-se nas províncias de Oldenburg e Ost-Friesland, hoje Alemanha. Deve sua instituição ao conde Anton Gunther von Oldenburg (1603-1667), que usou para formá-la sangue Espanhol e Napolitano. Garanhões ingleses mestiços foram introduzidos no fim do século XVIII; e Thoroughbred e alguns Cleveland Bays, por volta de 1897. também um cavalo Normando – Normann 700 -, produto hídrico de Norfolk Roadsters e mestiços ingleses, teve grande participação. E quando a ênfase se deslocou para a produção de cavalos de montaria, outro espécime Normando – Condor – foi usado, bem como um Thoroughbred – Lupus. Cruzamento recentes têm sido efectuados também com Thoroughbreds e, ocasionalmente, com Hanoverianos.
Características: O Oldenburg é hoje um cavalo magnífico, de temperamento calmo e estável. Tem andadura correcta, rítmica, apesar de certa dúvida sobre a movimentação do joelho. E, o que é de surpreender em cavalo arcabouço tão grande, o Oldenburg se faz adulto depressa.
Influências: Normando: Transmitiu-lhe as qualidades dos mestiços ingleses. Thoroughbred: Melhorou a raça e tornou mais leves os Oldenburg, no início pesados. Frísio Foi a contribuição principal resistência, economia, docilidade no treino.
Altura: Entre 1,67 e 1,78m.
Cores: Todas, Uniformes
Usos: Sela, Tiro

Final trágico no Ulster Grand National

O Ulster Grand National EBF Handicap Chase (03/03) em Downpatrick, teve um final trágico quando o cavalo de 9 anos Chief Oscar, colapsou 92 metros depois da linha de chegada ao sofrer um ataque cardíaco.
Andrew Lynch, jóquei do castrado Oscar, encontrava-se na liderança por duas barreiras, tendo aguentado os esforços de Bally Wall por apenas o comprimento de um pescoço.
Um Brian Hamilton, visivelmente abalado, comentou: “ Ele colapsou depois da linha de chegada. O veterinário disse que provavelmente sofreu uma ruptura numa artéria, tendo sofrido de um ataque cardíaco.”
“Chief Oscar era um cavalo tão honesto, deu tudo por tudo. Já tinha vencido três vezes aqui, é uma coisa horrível o que aconteceu.”

Aprendizagem Equina

Aprendizagem Equina
Comunicação com o Homem:
Parece correcto afirmar, que o homem comunica inconscientemente com o cavalo, pelo odor que exala. Pessoas assustadas e agressivas, libertam odores que revelam o seu estado de espírito ao equino hipersensível, tornando-o apreensivo ou agressivo.
O provérbio «Um homem confiante faz um cavalo confiante» é revelador da hipersensibilidade do animal. Os cavalos sentem o estado de espírito do cavaleiro e reagem com ele. Um cavalo ao ser montado consegue aperceber-se, se está a lidar com uma pessoa experiente ou não, em função dos estímulos que este lhe envia e que o cavalo recebe através das células receptoras que possui ao longo do seu dorso, e de todo o corpo. O homem procura comunicar ao apresentar-se pelo toque ou através de palmadinhas. O afagar é outra forma de comunicação com os cavalos e constrói uma relação entre os dois. O acto de tratamento é um exemplo, e quando se monta, muitas das línguas de cooperação está relacionada com o tacto. Por exemplo, a perna exerce pequenas pressões nas células receptoras do cavalo e a mão comunica pelo toque na boca, através de rédeas e freio. Alguns cavalos apreendem a atrair o homem relinchando alto, se a comida vem atrasada.

Comunicação entre Cavalos:
O cavalo é um animal de manada e precisa comunicar com os outros membros da mesma. Claro que não tem discussões filosóficas, Necessitam apenas de transmitir emoções básicas e de estabelecer uma hierarquia de dominância sem recorrer a violência. Os cavalos domestico tratam o homem como um elemento da manada, pelo que usam o mesmo tipo de linguagem corporal para connosco.
Essa linguagem corporal pode-se manifestar de várias formas:
- Contentamentos:
– Sinais de Felicidade – Um cavalo satisfeito não se preocupam com os outros que se encontram a sua volta.
- Impaciência:
– Movimentos de cabeça – Os cavalos não gostam de ser ignorados, podem exigir atenção dando um empurrão com o focinho.
– Bater com os cascos – Um cavalo pode ficar impaciente quando espera pela comida ou quando esta preso.
- Aborrecimento:
- Dentadas nos outros cavalos - A dentada significa apenas « a minha posição na hierarquia permite-me morder-te quando me apetecer».
- No estábulo – Se um cavalo quiser ser deixado em paz, vira as costas aos outros cavalos, « não quer conversas ».
Os cavalos comunicam vocalmente, relinchando por companheirismo ou por excitação.

Habituação:
A aprendizagem também se pode processar através da habituação, que consiste na diminuição de tendências para responder aos estímulos que se tornam familiares, devido a exposição contínuas aos mesmos.
Pode ser exemplificado do seguinte modo:
Um cavalo quando e exposto a um ruído súbito assusta-se, mas se ruído for repetido, duas três vezes, o susto vai diminuindo gradualmente ate ser ignorado.
O mesmo acontece quando se prepara um cavalo, durante o processo de desbaste para ser montado. Primeiramente faz-se o aquecimento passando-o à guia, durante o qual se fazem vários movimentos repentinos, como levantar a mão para sacudir uma mosca, bater com o pé no chão etc…
A primeira vez que o cavalo presencia estes movimentos assusta-se, mas depois de serem repetidos várias vezes, já os consegue reconhecer como sendo familiares.
Os cavalos têm normalmente medo de água, pois não conseguem ver o chão através dela. Este tipo de medo, envolve um processo mais delicado de aprendizagem. O cavalo tem de se sentir confiante, e o homem por sua vez tem de lhe mostrar que não existe nenhum mal com uma pequena poça de agua e que não há motivo para ter medo.
No inicio, ao molhar as patas reage logo, acelerando o passo e até pode saltar, mostrando-se desconfiado, mas depois de muita insistência do homem e de recusa por parte do cavalo, acaba por passar sem receios.
O processo de habituação já se finalizou.
No que se refere à aprendizagem cognitiva, um cavalo adquire vários elementos de conhecimento ou cognições, que se organizam para serem utilizados.
O homem quando exercita um cavalo, ou seja quando o passa á guia, ou por outras palavras, quando o submete a um teste de preparação física, aplica a voz, que o associa aos vários andamentos de cavalo.
Homem –à Cavalo: Voz calma à Passo
Voz Alta e Firme à Trote
Voz mais alta e firme à Galope
Assobiar calmamente à Passo
Daqui se conclui que o « O cavalo aprende fazendo, e não de outro modo.
Um Teste à Comunicação:
Segundo Paul Watzlawick, em 1904, o sonho de se estabelecer a comunicação entre homem e o cavalo, tornou-se real, a noticia espalhou-se.
Hans, era um cavalo com o qual Wilhelm Von Osten estabeleceu comunicação. Ensinou-lhe aritmética, a dizer as horas e a reconhecer pessoas através de fotografias.
Hans, batia com a pata no chão, para comunicar, Batia uma vez para o A e assim por diante.
O Cavalo foi submetido a várias experiências para se verificarem que não existiam truques na comunicação, pois respondia sempre correctamente aos problemas que o seu dono lhe punha, e passou a todos com distinção.
Mas foi mais tarde que Stumpt descobriu o seguinte:
O cavalo falhava sempre que a solução do problema que lhe era posto não era conhecida por nenhum dos presentes. O cavalo também falhava quando lhe punham palas que o impediam de ver as pessoas.
Daqui pode-se concluir que o cavalo ao longo do tempo deve ter aprendido a resolver problemas e a prestar mais atenção, a responder ás mudanças de postura do seu dono. A recompensa era o facto principal da motivação e atenção de Hans.
Conclusões:
O cavalo doméstico ocupou sempre um lugar importante na vida humana. Quando os cavalos foram domesticados, é provável que desempenhassem dois papéis.
Os cavalos das florestas, mais lentos, eram provavelmente bestas de carga. Os cavalos das planícies, mais velozes que um meio para deslocações rápidas.
Nos nossos dias, os cavalos já não são usados nas batalhas, os tractores substituíram-nos na agricultura e o motor a diesel é o principal meio de transporte, mas os cavalos continuam a merecer um grande estima. Desde que foram domesticados que os humanos os reproduziam selectivamente de modo a satisfazerem necessidades especificas ou conceitos de beleza. Há agora vários tipos diferentes de cavalos e um grande número de raças específicas reconhecidas internacionalmente. Tal como no passado, os diferentes tipos de trabalho requerem diferentes tipos de cavalos.

Como verificar os cascos

Há um bem conhecido ditado que diz «Sem cascos, não há cavalo». A maior parte das vezes, quando um cavalo claudica, o problema está nos cascos. Tudo o que seja prejudicial para os cascos é doloroso para o animal e reduz as suas capacidades. Deve inspeccionar diariamente os quatro cascos, o que inclui limpá-los, procurar ferimentos e verificar se as ferraduras não estão soltas.
Os cascos devem ser vistos regularmente por um ferrador que os aparará se for necessário, mesmo que as ferraduras não estejam gastas. Se cair uma ferradura, peça ao seu ferrador para aparecer o mais depressa possível. Nunca ande com um cavalo que tenha apenas três ferraduras. É melhor retirar a do outro lado, para que o par de membros fique equilibrado.
Levantar um membro anterior
• Mantenha-se junto do ombro do cavalo, virado para a cauda. Coloque a mão no ombro do animal e desça para a perna. O animal fica a saber que lhe vai levantar um membro e não se assustará.
• Passe a mão para o interior do membro e vá descendo. Mantenha uma pressão leve mas firme.
• Faça força para a traseira do cavalo e para cima, na quartela, para encorajar o animal a levantar o membro para trás.
• Quando o animal levantar o membro, apoie-o com a mão em volta do casco, com a palma contra a parte interior do mesmo. Se precisar de examinar o casco, puxe a palma para cima.
Levantar um membro posterior
• Mantenha-se perto do cavalo. Se este escoicear, não o magoará porque não ganhou impulso suficiente. Passe a mão pelo interior do membro posterior.
• Meta a mão pela frente do membro, logo abaixo do joelho (a soldra é o joelho do membro posterior). Desça-a mantendo uma pressão firme mas ligeira.
• Agarre a traseira do boleto. Aperte-o com suavidade e puxe a articulação para cima e para a frente. Isto encorajará o animal a levantar o membro.
• Levante o membro, mas não demasiado alto, porque desequilibrará o animal, que ficará incomodado. Segure-a com força pondo a outra mão à volta do casco, largando simultaneamente o boleto.
• Apoie o membro, segurando o casco a partir do interior. Deixe-o pousar na sua palma. Um casco posterior não pode ser tão dobrado como um anterior.
Usar o ferro de Cascos
Limpe os cascos pelo menos duas vezes por dia e verifique se há alguma problema. Escolha um ferro de cascos que não seja demasiado aguçado. Trabalhe sempre na direcção da pinça para evitar danificar a ranilha ou a perna do cavalo se o gancho escorregar. Remova a lama, sujidade e massa córnea solta.

Cavaleiros Brasileiros Alcançam Índice para o Mundial de Adestramento

Cavaleiros Brasileiros Alcançam Índice para o Mundial de Adestramento


Três dias de competição, cinco provas, novos índices em busca de uma vaga na equipe que representará o Brasil nos Jogos Equestres Mundiais de Kentucky, nos Estados Unidos, marcaram o Concurso de Dressage Internacional, categoria 3 estrelas (CDI3*) que movimentou o Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo, entre 12 e 14 de março.
O Grand Prix, válido como seletiva e realizado na sexta-feira, 12, revelou campeã Luiza Tavares de Almeida montando Samba. Na ocasião, a amazona paulista voltou a registrar índice para o Mundial com as duas juizas nível olímpico da Federação Equestre Mundial – Katrina Wuest, da Alemanha, e Elizabeth McMullen, do Canadá – assim como Rogério Clementino com Portugal, vice-campeão da prova.
A amazona sueca radicada no Brasil Marie Munters montando Crossy ficou em 3º lugar e registrou o 1º dos dois índices necessários para a pré-qualificação ao Mundial.
No Prix St. Georges – prova de abertura do CDI3* na sexta-feira – Rogerio Clementino foi o campeão montando Sargento do Top (66,789%) enquanto André Ganc com Utopia Imperial foi vice (65,474%).
No sábado, 13, na Intermediária I (série Forte II Sênior) Rogerio Clementino com Sargento do Top voltou a vencer registrando a média final de 66,895%. Marcelo Alexandre faturou o 2º e 3º lugar da prova montando, respectivamente, Signo dos Pinhais (64,053%) e Ventus dos Pinhais (64,000%). Andréa Barros com Barra Uimpossível do Top ficou em 4º (59,842%) e Sérgio Marques de Oliveira/Van Gogh em 5º (57,579%).
Luiza Almeida com seu SambaRogério Clementino montando Portugal
Marie Munters, amazona sueca que pleiteia a cidadania brasileira

Hipoterapia

A hipoterapia é um recurso terapêutico, rico em estímulos motores, sensoriais, emocionais e cognitivos. Utiliza-se o cavalo dentro de uma abordagem multidisciplinar e transdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, procurando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ ou com necessidades especiais.
A utilização do cavalo como instrumento terapêutico, proporciona um movimento tridimensional, variável, repetitivo, com ritmo e cadência no qual se pode graduar a intensidade e a quantidade de
informações sensoriais ao paciente autista ou com deficiência mental.
Enquanto montado, em movimento, através das andamentos (passo, trote e galope) do cavalo, o SNC (Sistema Nervoso Central) apresenta uma intensa activação sináptica através dos sinais de input e output que favorecem os ajustes posturais, motores, respiratórios entre outros, permitindo que o paciente permaneça em “alerta” facilitando a
aprendizagem, memorização, concentração, cooperação, socialização, organização esquema corporal, aquisição de estruturas tempo-espaciais, assim como, o equilíbrio, a tonificação muscular e a comunicação verbal e gestual.
O trabalho da percepção espacial e do esquema corporal é baseado nas sensações tácteis, vestibulares e proprioceptivas. A pessoa, na Hipoterapia experimenta os sentidos da visão, olfacto, tacto, audição e em diversos momentos o paladar com acentuada intensidade.
O Terapeuta e o cavalo estimulam, desenvolvem e integram estes sentidos objectivando a organização da informação sensorial assimilada e das acomodações corporais, o ritmo e o movimento.
Na Hipoterapia, o apoio físico é dado pelo cavalo através da sua massa corporal e o apoio psicológico pelo terapeuta através do contacto físico, jogo de olhares, linguagem simples e tranquilizadora. O cavalo assu
me simbolicamente a função protectora (mãe) que transmite calor, ritmo, balanço, massa corporal e apoio.
Através de actividades diferenciadas como
percursos, jogos e músicas realizadas dentro do programa terapêutico, ocorre a descoberta do espaço e do potencial do paciente devido a gama de informações transmitidas pelo animal face às diversas oscilações corporais e a tentativa constante da manutenção corporal (equilíbrio) em função da activação do sistema vestibular.
Deve-se observar que as crianças autistas ou com deficiência mental têm uma forma diferente de se expressar e se comunicar, portanto, é imprescindível dar prioridade á forma de comunicação (evitar linguagem abstracta) a ser utilizada devido ao pensamento concreto que estes pacientes possuem.
Analisando o cavalo verifica-se que ele é um ser vivo rico em informações e comunicação propriedades necessárias para a estimulação da integração social.
Como resposta terapêutica os resultados são benéficos pois estes pacientes apresentam aumento da tolerância (
menos irritadiços), satisfação pessoal demonstrada através de sorrisos e risos, melhoria da percepção corporal, atenção, maior proximidade e contacto com o animal (condução e cuidados) como também aceitação ao contacto físico e visual e diminuição dos movimentos estereotipados, transformando-os em movimentos funcionais. A fala apresenta-se mais contextualizada e com maior facilidade em expressar seus desejos.

Algumas patologias que beneficiam com a Hipoterapia:
Deficiências Auditivas, Visuais e Mentais, Paralisia Cerebral, Epilepsia Autismo Amputados, Alterações de Comportamento, Lesões Medulares, Acidentes Vasculares, Espinha Bífida, Trissomia 21, Esclerose Múltipla, Síndroma de Down.



Debate sobre o uso de analgésicos no desporto equestre



Cavaleiros, proprietários, veterinários e treinadores de todo o mundo estão envolvidos num debate global sobre o uso de medicamentos como “analgésicos” no desporto equestre.
O corpo administrativo do desporto equestre, a Federação Internacional Equestre (FEI), lançou uma consulta global sobre o uso de anti-inflamatórios não esteróides em competição.
A consulta irá ter início no próximo mês, quando a investigação existente sobre o uso e efeito dos analgésicos em cavalos de competição for publicada numa página Web dedicada para o efeito.
Todos envolvidos no desporto equestre oriundos de todos os cantos do planeta – desde organizadores de concursos até tratadores – irão ser convidados a contribuir com a sua opinião através do site da FEI.
A informação será enviada em Julho para todas as federações nacionais, de modo a permitir que estejam presentes num debate a ter lugar na Suíça em Agosto, sobre se certas quantidades de antiinflamatórios deveriam ser permitidas no desporto equestre.
O debate de Agosto irá ser presidido por um painel de médicos veterinários líderes oriundos de todo o mundo – muitos dos quais expressaram a sua opinião negativa em Novembro passado, quando se soube dos planos da FEI para introduzir os anti-inflamatórios não esteróides em competição.
Depois da reunião de Agosto, irá começar uma consulta formal com as Federações Nacionais, para permitir que votem antes da Assembleia Geral da FEI em Novembro.       

O que diz o cavalo com o corpo ?

O porte de um cavalo revela muito sobre o seu estado de espírito. De um modo geral, quanto mais elevado for o porte, mais excitado está o animal.

À medida a excitação aumenta, todo o corpo parece crescer e tornar-se mais imponente. A cabeça mantém-se erguida e a cauda está orgulhosamente levantada. Por outro lado, quando a excitação diminui e ele está sonolento, enfastiado ou submisso, a cabeça e cauda pendem, o corpo verga-se, o que faz o animal parecer mais pequeno. Esta manifestação vertical – do animal cheio de vida – é compreendida claramente pelos seus companheiros, que reagem de modo adequado. Ela faz parte da linguagem corporal dos cavalos, e é utilizada sempre que se encontram.
Esta norma vertical é quebrada apenas quando o grau de excitação atinge um ponto em que eles partem a galope. Então, as exigências físicas da locomoção a alta velocidade forçam o corpo do cavalo a uma postura mais esguia e horizontal, apesar do elevado grau de excitação. Para além da tonicidade muscular, existem três mensagens corporais que podem ser lidas com facilidade. São elas a repressão com o corpo, o empurrão com o ombro e a apresentação da garupa.
A repressão com o corpo é utilizada por um animal dominador que deseja impedir os movimentos de um rival. É uma forma de ameaça que diz «Aqui mando eu». O animal que intimida coloca o corpo em frente do do outro, em sentido perpendicular, e impede-o de avançar. Isto coloca este último animal num dilema. Ou reage ao desafio e tenta forçar o caminho para avançar, ou deixa-se dominar, virando-se e ficando humildemente onde está, ou voltando para trás e indo-se embora. Nesta situação, se recuar, está a admitir a derrota e a reconhecer que o outro cavalo é superior. Isto porque o acto de se afastar é uma mensagem específica utilizada por cavalos quando lutam. O movimento do cavalo que reprime forçando o rival a enfrentá-lo ou a declarar activamente a sua inferioridade é, portanto uma maneira conveniente de reforçar o seu estatuto no grupo sem ter de recorrer a lutas perigosas.

O empurrão com o ombro é uma versão mais activa de repressão com o corpo; o animal que ameça vai mais longe na manifestação visual, tocando no rival e empurrando-o. Uma das razões porque há tantas objecções e inquéritos nos hipódromos é que, se um jóquei incitar deliberadamente o seu cavalo a empurrar um cavalo rival com o ombro, este último não só vê o seu caminho obstruído, como se sente psicologicamente intimidado. No pólo equestre, esse mesmo movimento é utilizado deliberadamente como parte aceitável do desporto, sendo considerado um bom pónei para o pólo aquele que está sempre disposto a empurrar os outros póneis.
A apresentação da garupa é utilizada como uma manifestação defensiva. O cavalo em causa apenas se volta, de modo a oferecer um coice. Esta é uma forma de ameaça e diz: «Se não deixares de me aborrecer, dou-te um coice». Tem origem na colocação do corpo em posição de dar coices e actua como aviso de um possível ataque. Os outros cavalos aprendem rapidamente a reconhecer estas etapas preparatórias de acção e reagem a elas, sem esperarem pelo resto do movimento.